Real opera descolado de outras moedas e dólar cai a R$ 5,32

O real operou nesta quinta, 16, novamente descolado das moedas emergentes. Se nesta quarta, 15, a divisa brasileira perdeu força ante o dólar enquanto outras, como o peso mexicano e a lira turca, ganharam, hoje o real teve dia de valorização, na contramão das demais emergentes. Profissionais das mesas de câmbio mencionam que houve nesta […]

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(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O real operou nesta quinta, 16, novamente descolado das moedas emergentes. Se nesta quarta, 15, a divisa brasileira perdeu força ante o dólar enquanto outras, como o peso mexicano e a lira turca, ganharam, hoje o real teve dia de valorização, na contramão das demais emergentes. Profissionais das mesas de câmbio mencionam que houve nesta quinta-feira um movimento de correção de exageros recentes, além de ingresso de recursos para ofertas de ações. Mas citam um fator mais técnico, que pode estar contribuindo para a volatilidade alta do câmbio e o descolamento do real, que é o uso da divisa do Brasil como moeda de hedge ou funding, para a proteção de aplicações dos investidores. O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu hoje que está difícil entender atualmente os movimentos do câmbio.

O dólar chegou a subir pela manhã ante o real, em meio a dados mistos sobre a economia da China. Nos negócios da tarde firmou queda e renovou mínimas, caindo para a casa dos R$ 5,30. No encerramento da sessão no câmbio comercial, o dólar à vista fechou em baixa de 1,10%, a R$ 5,3261. No mercado futuro, o dólar para agosto era negociado em baixa de 0,71%, cotado em R$ 5,3355 às 17h30.

Nas mesas de câmbio, os profissionais destacam que o real vem sendo muito usado como moeda de hedge (proteção), por conta do custo competitivo desse tipo de operação no Brasil, em meio aos juros historicamente baixos e da liquidez elevada do mercado local comparado a outros emergentes. Mas segundo um diretor de tesouraria, curiosamente, o real tem tido baixa correlação com moedas internacionais usadas como hedge, das quais a principal é o iene do Japão. Por outro lado, tem tido correlação negativa com as moedas emergentes.

Os estrategistas de moedas do Citigroup ressaltam que, como o Brasil tem uma indústria de fundos muito grande, e os juros caíram muito, gestoras tendem a usar o câmbio como um “hedge eficaz e barato” para a proteção de estratégia em outros ativos brasileiros.

Em evento hoje do Itaú, Campos Neto reconheceu que a volatilidade no mercado de câmbio brasileiro “de fato aumentou” e afirmou que o BC está estudando as razões deste aumento, mas ainda sem resposta.

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