Com promessa de investimento de mais de R$ 2 bilhões até outubro deste ano e geração de empregos, o anúncio de uma unidade de esmagamento de milho da gigante chinesa BBCA, em , foi recebida com comemoração por parte dos moradores. Entretanto, atraso nas obras e até mesmo locação de silo de armazenamento de grãos geraram desconfiança e especulação sobre a indústria asiática ter abandonado Mato Grosso do Sul.

Na sessão da câmara de vereadores de Maracaju dessa quarta-feira (9), o vereador Laudo Sorrilha (PSDB) questionou sobre a promessa de geração de empregos e investimentos na cidade, já que a BBCA havia arrendado um de seus silos a uma cooperativa.

A reportagem do Jornal Midiamax apurou que a empresa chinesa possui três silos de armazenamento no município e, como estão todos vazios, arrendou um deles para a Lar Cooperativa Agroindustrial até janeiro de 2021. Meses após anunciar em janeiro que a unidade estaria em pleno funcionamento no mês de outubro, as obras pararam. Com isso, as expectativas de moradores e da economia local foram frustradas.

O prefeito Maurílio Azambuja (MDB) informou que o município foi informado pelo grupo chinês apenas sobre a paralisação das obras. “Eles tiveram transtornos por causa do valor do dólar e com a . A informação que tenho é de que arrendaram até janeiro e depois vão retomar as obras. A pandemia também prejudicou o andamento da instalação da indústria, pois impediu a locomoção deles”, pontuou.

O titular da (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Familiar), Jaime Verruck, informou que o governo de MS autorizou a prorrogação em mais 12 meses no prazo para o grupo finalizar a primeira etapa da implantação da planta em Maracaju, com previsão de incentivos fiscais milionários. A reportagem entrou em contato com o escritório da BBCA em Campo Grande, mas não obteve retorno das solicitações.

Novela

A promessa da implantação da indústria se arrasta desde 2013. Após dois anos de tratativas, o lançamento oficial da planta aconteceu. Alegando dificuldades para importar produtos da China, o grupo adiou a conclusão da planta em Maracaju para 2019, mas o prazo foi mais uma vez adiado e, então, ficou para outubro de 2020. Agora, com a pandemia e o dólar alto, a empresa promete retomar as obras somente em 2021.

Até agora, além dos silos, a empresa construiu dois armazéns, um barracão, 30 casas e puxou 10 quilômetros de fios de alta tensão. Além de incentivos fiscais do governo do Estado, o grupo chinês recebeu uma área de 100 hectares da prefeitura de Maracaju.

Em 2018, o presidente global da BBCA, Li Rongjie, Explicou que o projeto teve que sofrer algumas modificações por conta dos ventos que na região onde está sendo construída a indústria é mais forte do que imaginavam. Por isso, foi realizada perícia e estão sendo feitas adequações ao projeto. Mas Rongjie assegurou que em outubro a BBCA Group inicia a produção de amido de milho e até 2020, conforme o cronograma, iniciam a produção de ácido lático. O que não saiu, mais uma vez, do papel.