No Dia dos Pais ‘da crise’, lembrancinha vai dominar presentes

Intenção de presente não passa de 100 reais

O comércio não está muito animado com o Dia dos Pais. Com vendas mais fracas em datas comemorativas neste ano, as vitrines do centro de Campo Grande ainda estão vazias. E os filhos já pensam em gastar menos que no ano passado, apenas a famosa ‘lembrancinha’ de menos de 100 reais.

“Está difícil mesmo neste ano, não dá para abusar. Meu pai vai ganhar só uma lembrancinha mesmo, fazer o quê? Devo gastar uns 80 reais”, diz a comerciante Valeria dos Santos, 28.

“Eu vou presentear meu padrasto, mas acho que vou gastar 50 reais. Vou aguardar para comprar mais em cima da hora porque aproveito as promoções”, cita o montador Lúcio Archondo, 37.

Os lojistas ainda não investiram em vitrines chamativos, com adesivos de Dia dos Pais, e a explicação? Ainda falta quase um mês. “O pessoal deixa para última hora mesmo”, pontua Dani Vermendez.

“Eu vou no máximo R$ 100, mas agora não dá. Deixa para o salário de agosto mesmo”, diz a garçonete, Micaela Feliz, de 36 anos.

Pesquisa da Fecomércio RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro) estima que o tíquete médio para o pagamento dos presentes deve ficar em R$ 100,97, queda de 1% em relação ao mesmo período de 2015, quando o consumidor desembolsou R$ 101,72.

Mas, apesar do cenário recessivo na economia brasileira, há um aumento de quatro pontos porcentuais na intenção de compras para a data comemorativa. O total que declarou ter intenção de presentear os pais aumentou de 32% em 2015 para 36% em 2016.

O gerente da Anita Calçados, Rafael Barbosa, espera que a família vá as compras e não apenas os pais. “A gente trabalha para os melhores resultados, trabalhamos com crescimento. Mas, acho que neste ano o pessoal deve gastar em média 100 reais com cada presente”, avalia.