Clima prejudica novamente lavoura de milho e queda na produção pode chegar a 33% em MS
Geada chegou em 13 cidades da região Sul
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Geada chegou em 13 cidades da região Sul
Não está nada fácil ser produtor em Mato Grosso do Sul. As chuvas do verão atrasaram a colheita da soja, e com isso muitos produtores estão preocupados com o milho, plantado com atraso em algumas propriedades. Em abril, o Estado passou por uma estiagem. Em maio, as chuvas castigaram muitas cidades, e junho começou com frio e geadas na região sul. A previsão para esta safra de milho safrinha já é de perdas de 33%.
O milho 2ª safra começou a ser colhido no Estado, e a expectativa é que, no final deste mês, a colheita alcance 12% da área, segundo dados do Siga MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio). Mas, a estimativa para esta safra 2015/2016 não é muito animadora. Em algumas cidades, os produtores atrasaram a semeadura do grão por causa da demora na colheita da soja.
De acordo com o engenheiro agrônomo e analista da Embrapa Agropecuária Oeste, Gessí Ceccon, a redução na produção se deve, principalmente, ao clima e ao atraso no plantio. “Seca em abril, e agora baixas temperaturas em junho. Também tivemos geada na região sul. A semeadura foi tardia pelo atraso da colheita da soja. A maioria foi plantada até o dia 4 de março, mas alguns atrasaram”, diz.
A produção, chegou a ser estimada em 9,5 milhões, depois 7,1 milhões de toneladas, e agora é de 6,3 milhões de toneladas, segundo a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul). Com o déficit esperado na produção, a estimativa de produtividade média também teve queda, passando de 68 sc/ha para 59,9 sc/ha.
A cultura está na fase de enchimento do grão, “em que a geada causa menos danos. Se as temperaturas não forem menos de 10ºC, linha de temperatura que o milho está trabalhando, não há problema. Abaixo disso, ele cessa a circulação de seiva, e isso prejudica o desenvolvimento”, explica o analista da Embrapa.
Gessí ainda comenta que na próxima semana não tem previsão de geada. “Se vier no final do mês, os danos não serão tão grandes”, finaliza.
Mais atingidos
A região sul do Estado é a mais afetada pelas recentes geadas, sendo que 13 municípios foram fortemente afetados pelas baixas temperaturas, compreendendo uma área total de 751 mil hectares.
Outros seis municípios da região centro-sul do Estado foram atingidos por temperaturas bastante baixas: Bonito, Maracaju, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante, Campo Grande e Sidrolândia. Apesar de terem registrado frio intenso, essas cidades sofreram menos impactos. De um total de 551 mil hectares que esses municípios abrangem, apenas 15% foi realmente impactado pela geada.
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