Caixa Econômica Federal eleva em 25% gasto com supersalários em 2015

Banco gastou R$ 26,7 milhões com os benefícios

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Banco gastou R$ 26,7 milhões com os benefícios

A Caixa Econômica Federal tem mantido a tendência de elevar os gastos com a administração do banco neste 2015 de ajuste fiscal, embora em ritmo menor. Nos nove primeiros meses deste ano, o gasto com os supersalários dos conselheiros e diretores subiu 25% ante o mesmo período de 2014, segundo dados divulgados na sexta-feira (20). O resultado ocorre mesmo após, de janeiro a setembro de 2014, os gastos com a cúpula terem sido elevados em 79% na comparação com 2013.

Nos 9 primeiros meses de 2015 banco gastou R$ 26,7 milhões com os benefícios pagos a conselheiros e diretores, ante os R$ 21,4 milhões nos primeiros nove meses de 2014. Com o aumento, esse item da conta do banco chega a quase o triplo do de 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff (PT).

Em média, cada dirigente recebe R$ 43 mil por mês atualmente, alta de 4,5% em relação a 2014 (o dado de 2011 não está disponível), um número 5,9 vezes maior à média de R$ 7,3 mil dos demais empregados, que teve um aumento de 10,7% em relação a 2014.

A Caixa não quis comentar as informações. Em outubro, entretanto, havia atribuído a elevação no gasto com os administradores no primeiro semestre de 2015 em relação a 2014, então de 53%, a três fatores: ampliação do número de ocupantes desses cargos, pagamento de quarentena a ex-funcionários e quitação de benefícios de anos anteriores. O banco se recusou a detalhar esses itens.

 “O aumento verificado nos benefícios de curto prazo [no primeiro semestre de 2015] decorreu da elevação na quantidade de administradores. Conforme legislação do Banco Central e leis vigentes, os Administradores da instituição recebem remuneração compensatória pelo período de interdição e remuneração variável, além dos efeitos de anos anteriores no diferimento da remuneração”, limitou-se a informar a Caixa, por meio de sua assessoria de imprensa.

De 26 para 47

A disparada no número de administradores da Caixa durante o governo Dilma ocorreu em 2013. Nos primeiros 9 meses daquele ano, o número de ocupantes de cargos dessa natureza no banco saltou de 27 para 36. No ano seguinte houve novo salto, para 46 e, em 2015, ano em houve 2.317 mais demissões do que admissões no banco segundo o Sindicato dos Bancários, ligeira elevação para 47.

Os dados fazem parte de levantamento do iG em documentações do Banco Central obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação. A Caixa não confirmou.

 

Os números são aproximados pois a composição de órgãos de administração tende a variar ao longo do ano – um diretor pode sair sem que sua posição, por exemplo, seja ocupada imediatamente – e dizem respeito apenas aos membros efetivos da Diretoria Executiva, do Conselho de Administração, do Conselho Diretor, do Conselho de Auditoria e do Conselho Fiscal.

Apesar da elevação, a quantidade de dirigentes da Caixa está em linha com o praticado em outras instituições financeiras de porte semelhante. O Banco do Brasil, também público, estima que terá uma média de 50 pessoas na administração em 2015, entre diretores e conselheiros. O Bradesco prevê aproximadamente 89 diretores – fora conselheiros.

Contas passadas

O aumento nos gastos também está relacionado, segundo à Caixa, à obrigatoriedade de fatiar o pagamento de remuneração variável aos diretores. Desde 2012, os bancos estão obrigados a diferir ao menos 40% desse valor por, no mínimo, três anos. Com isso, o aumento no número de administradores de 2013, por exemplo, terá reflexos até pelo menos 2016.

A Caixa argumenta ainda que os gastos de 2015 subiram em razão da necessidade de pagar quarentena a ex-funcionários. Por lei, eles ficam impedidos de assumir cargos semelhantes em outros locais durante seis meses após deixarem o cargo.

O gasto com a quarentena, entretanto, custou ao banco R$ 786.921,53 de abril de 2013 a março de 2015, segundo dado do banco obtido pela reportagem por meio da Lei de Acesso a Informação. Assim, mesmo que o pagamento das quarentenas tivessem ocorrido em 2015, elas representariam apenas 3% dos gastos com a cúpula da Caixa.

 

 

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