O recuo de 1,8% nas vendas do varejo ampliado em maio ante abril foi puxado por sete das dez atividades pesquisadas

O recuo de 0,9% nas vendas do varejo restrito em maio ante abril é o mais intenso para o mês desde 2001, informou nesta terça-feira (14/7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (). Naquele ano, a queda também foi de 0,9%, segundo o instituto. Já a queda de 4,5% nas vendas em relação a maio de 2014 foi a maior, considerando todos os meses, desde agosto de 2003 (-5,7%). Levando em conta apenas os meses de maio a retração foi a mais intensa desde 2003 (-6,2%).

No varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, a queda de 1,8% em maio ante abril, além de ser a sexta consecutiva, é a mais intensa para o mês desde o início da série, em 2003, apontou o IBGE. Já o recuo de 10,4% em relação a maio de 2014 é o 12º seguido e idêntico ao observado em fevereiro deste ano (-10,4%).

Varejo ampliado
O recuo de 1,8% nas vendas do varejo ampliado em maio ante abril foi puxado por sete das dez atividades pesquisadas no setor, informou o IBGE. O segmento de veículos e motos, partes e peças, depois de subir 3,6% em abril, voltou a cair em maio, com perda de 4,6% nas vendas em relação ao mês anterior.

Outros destaques negativos em maio ante abril foram hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,1%), móveis e eletrodomésticos (-2,1%), combustíveis e lubrificantes (-0,1%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,4%), livros, jornais, revistas e papelaria (-2 1%) e material de construção (-3,8%). O segmento de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, por sua vez, registrou aumento de 5 5% nas vendas em maio ante abril. O resultado, porém, sucede a queda de 11,9% verificada em abril ante março. Também cresceram as vendas, em maio ante abril, dos segmentos de outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,7%) e tecidos, vestuário e calçados (2,7%).

As vendas de veículos recuaram 22,2% em maio ante maio de 2014. Foi a queda mais intensa entre os segmentos do varejo ampliado e a 12ª taxa negativa consecutiva para o setor. “É um setor que vem tendo impacto direto da (menor) renda das famílias. Com essa conjuntura econômica diferente, menor poder de compra das famílias, o setor está sofrendo mais”, explicou Juliana Paiva Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do órgão.

As vendas de móveis e eletrodomésticos, por sua vez, tiveram queda de 18,5% em maio ante maio de 2014, apontou o IBGE. Também tiveram recuo nesta comparação hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (-11,8%), combustíveis e lubrificantes (-4,2%) e material de construção (-11,3%).

Média móvel trimestral
O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito caiu 0,8% no trimestre encerrado em maio em comparação aos três meses até abril, divulgou o IBGE. No varejo ampliado, o índice de média móvel trimestral das vendas recuou 1 3% no mesmo período.

O IBGE revisou o resultado das vendas do varejo restrito em abril ante março. O índice caiu 0,5%, mais do que a queda de 0 4% apurada inicialmente. Já no varejo ampliado, as vendas em março ante fevereiro foram revisadas para queda de 1,9%, ante redução de 1,8% na leitura inicial.