Solução, segundo ele, é aumentar os impostos

Com taxa de câmbio nas alturas está cada vez mais difícil ganhar no país. “O Brasil deve entrar em recessão em 2016 e a taxa de câmbio permanecer em R$ 4,00 ”, disse o economista-chefe da Ordem dos Economistas do Brasil, André Perfeito, durante a 6ª edição do MS Agro, que aconteceu nesta sexta-feira (27) na (Federação de Agricultura e Pecuária de MS).

Durante a palestra ‘Perspectivas para a Economia brasileira em 2016’, André abordou temas como taxa de câmbio, custo da mão de obra, taxa de juros e rentabilidade. “Estamos vivendo um momento pessimista em todo o país. A boa notícia é que está ruim”, afirma.

André apresentou os dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre o salário mínimo, que segundo ele é alto em relação a outros países, assim como a mão de obra. Em 2001, o salário mínimo, de R$ 180,00, equivalia a cerca de 70 dólares (câmbio em R$ 2,45 no dia 27 de novembro). Em 2015, o salário mínimo de R$ 788,00 equivale a cerca de 210 dólares (R$ 3,76 nesta sexta). “A renda das pessoas vem subindo. E, quando aumenta o salário, cria uma nova classe média, aumenta o consumo e os custos. Com isso, a rentabilidade cai”, explica ele.

Com a palestra ‘Como a transforma a economia e a política de uma sociedade’, o professor Luiz Felipe Pondé, colunista do jornal Folha de São Paulo, falou sobre como a educação transforma a economia e a política de uma sociedade. “Não há uma poção centralizadora que unifique todos os currículos das escolas do país. É preciso diversidade”, cita ele.

O cientista político e analista de conjuntura política brasileira e internacional, Carlos Melo, proferiu a palestra ‘Crise Política e a Consequência para a Economia Brasileira’. Ele entende que não há lideranças políticas como Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. “Não se faz política distribuindo cargos. Apenas falam de reformas e nenhuma acontece. Também não há unidades nas bancadas”, critica ele.

No final do evento, foi realizado o talk show ‘Educação: A Certeza de um futuro sustentável’, mediado pela jornalista, Salette Lemos, um dos principais nomes do jornalismo econômico.

O evento é realizado pela Famasul e Aprosoja/MS, com o patrocínio da OCB/MS (Organização das Cooperativas do Brasil), da Granos Corretora e do Senar/MS (Serviço de Aprendizagem Rural) e conta com o apoio do Governo do Estado de MS e da Fundems (Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja).