Fórum, que engloba 90% dos servidores, quer 27,3% de aumento em 2016

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, recebeu nesta sexta-feira (20) representantes de mais de 40 categorias de servidores públicos e iniciou as conversas sobre os reajustes salariais dos próximos anos.

O último aumento concedido pelo governo federal para a maior parte das categorias de servidores públicos foi em 2012, com vigência entre 2013 e 2015. O percentual foi de 15,8% a sete carreiras do funcionalismo público do Executivo federal, parcelado em três parcelas, até 2015. Mais de 1,6 milhão de servidores foram contemplados com este reajuste.

Segundo Rudiney Marques, do Unacon Sindical, falando em nome do Fórum de Servidores., que reúne 32 categorias, abrangendo 90% dos servidores federais, os funcionários pedem um aumento de 27,3% para o ano de 2016.

De acordo com ele, esse percentual refere-se à variação do IPCA (inflação oficial do país) acumulado de julho de 2010 a agosto de 2016, acrescidos de 2% de ganho real e descontados os 15,8% concedidos em 2012.

“O governo já adiantou que percentual é insuportável dado o ajuste fiscal [que está sendo feito para reequilibrar as contas públicas]. Começou a negociação e esperamos chegar a um meio termo”, afirmou Marques, do Unacon Sindical.

Segundo o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, não é possível atender atender a essa proposta dos servidores. “Não há espaço fiscal para atender essa proposta”, disse ele, acrescentando que as negociações com os servidores públicos vão até agosto deste ano – quando o governo tem de enviar a proposta de orçamento federal do ano que vem.

“Eu já manifestei que isso depende de onde você inicia o cálculo para ver quanto tem de defasagem. No governo [do Partido dos Trabalhadores], teve ganho real de salário. Trabalhamos com a política salarial desde 2003”, declarou Barbosa a jornalistas, acrescentando que a ideia é promover um reajuste para os próximos ano – que confere previsibilidade aos gastos públicos.

O ministro disse ainda que o governo buscará manter a diretriz de promover uma redução gradual do gasto primário com pessoal na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, a folha de pagamento, no fim do governo Fernando Henrique Cardoso, era de 4,8% do PIB, passando para 4,2% do PIB em 2013 e 4,3% do PIB em 2014. “Queremos usar bem o espaço fiscal que a gente tem e recuperar o PIB”, acrescentou ele.