Fiems classifica de insuportável taxa básica de juros de 13,25% ao ano

Para o presidente da entidade a decisão do Governo restringe a Economia

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Para o presidente da entidade a decisão do Governo restringe a Economia

Pela 5ª vez seguida consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), reajustou, nesta quarta-feira (29/04), a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, elevando os juros básicos para 13,25% ao ano. Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, a decisão coloca os juros em patamares insuportáveis, restringindo, cada vez mais, os investimentos e, com certeza, agravando o desemprego na indústria.  

“Nós do setor industrial já estamos com dificuldades extremas em razão dos aumentos que tivemos recentemente. E esse reajuste da taxa Selic confirma o descontrole do Governo Federal em relação aos gastos públicos. A economia está desordenada, provocando, infelizmente, mais desemprego, o que é uma consequência desastrosa para o País neste momento”, reforçou Sérgio Longen.

Ele acrescenta que, diariamente, o setor empresarial recebe notícias negativas, principalmente, de descontrole público. “Esses sucessivos aumentos da taxa básica de juros são um prova de que o Brasil precisa rever os gastos públicos. Temos trabalhado dentro do Congresso Nacional para que os parlamentares se envolvam no processo e tentem reordenar a economia brasileira”, aconselhou.

Justificativa

Em comunicado, o Banco Central informou que o aumento levou em conta as condições atuais da economia e dos preços. “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano, sem viés”, destacou o texto.

Com o reajuste, a Selic chega ao maior percentual desde janeiro de 2009, quando estava em 13,75% ao ano. A taxa é o principal instrumento do BC para manter a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sob controle.

Oficialmente, o Conselho Monetário Nacional estabelece meta de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. No entanto, o próprio BC admitiu no último Relatório de Inflação que o índice deverá encerrar 2015 em 7,9%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula 8,13% nos 12 meses terminados em março. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, o IPCA encerrará 2015 em 8,25%. Este ano, a inflação está sendo pressionada pelos aumentos de preços administrados como energia e combustíveis. 

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