FMI revê em baixa crescimento econômico mundial para 3,3% em 2015

Segundo a atualização de julho ao ‘World Economic Outlook’ (WEO) divulgada nesta quinta-feira, o FMI espera agora que a economia mundial cresça 3,3% este ano, uma melhoria “ligeiramente abaixo da verificada em 2014”, que foi de 3,4%, “com uma retoma gradual das economias desenvolvidas e um abrandamento do mercado emergente”.

A estimativa hoje divulgada para o conjunto deste ano está 0,2 pontos percentuais abaixo da estimativa de 3,5% do WEO divulgado em abril, uma revisão em baixa que o Fundo justifica com um abrandamento da atividade económica no primeiro trimestre, “principalmente na América do Norte”, que observou um “enfraquecimento inesperado”.

O Fundo espera agora que as economias desenvolvidas cresçam 2,1% este ano (menos 0,3 pontos percentuais do que o estimado em abril), e, entre elas, que os Estados Unidos cresçam 2,5%, menos 0,6 pontos percentuais face a abril, o que representa a maior revisão em baixa do grupo.

Apesar das incertezas da situação na Grécia, a instituição liderada por Christine Lagarde mantém inalterada a perspetiva para o conjunto da zona euro, antevendo que a economia dos 19 países cresça 1,5% este ano e 1,7% em 2016.

“As projeções de crescimento foram revistas em alta em vários países da zona euro [Itália +0,2 pontos e Espanha +0,6 pontos], mas na Grécia, os desenvolvimentos devem prejudicar a atividade económica mais do que o previsto inicialmente”, afirma o FMI, considerando ainda que economia da zona euro continua a recuperar, sobretudo devido à melhoria da procura interna e da inflação.

Apesar de os desenvolvimentos na Grécia “não terem ainda resultado em contágios significativos”, a instituição sediada em Washington defende que devem ser aplicadas políticas para “lidar com esses riscos, caso eles se materializem”.

No entanto, escreve o FMI, “permanecem alguns riscos de uma nova crise financeira”, sobretudo depois de aumentos recentes nas taxas de juro soberanas em algumas economias do euro.

Outros riscos que podem influenciar estas projeções são um aumento do preço do petróleo e baixa inflação (especialmente nas economias desenvolvidas), a continuação da apreciação do dólar (com impactos nas economias emergentes) ou mais dificuldades na China, bem como contágios das tensões geopolíticas na Ucrânia, Médio Oriente e partes de África.

Segundo o Fundo, o abrandamento da atividade económica nas economias emergentes reflete uma redução do preço das matérias-primas e condições de financiamento mais apertadas, a situação na China e as preocupações perante tensões geopolíticas.

O FMI reviu em baixa a estimativa de crescimento para estas economias, antecipando agora que cresçam 4,2% este ano, menos 0,1 pontos do que o estimado em abril.