O recuo foi de 4,9% entre maio e junho

A confiança da indústria voltou a cair em junho, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV),  atingindo o menor nível da série histórica mensal da entidade, iniciada em outubro de 2005. O recuo foi de 4,9% entre maio e junho, ao passar de 71,6 para 68,1 pontos, atingindo nove dos 14 segmentos pesquisados. Taxas acima dos 100 pontos indicam otimismo, enquanto as abaixo desse patamar denotam pessimismo.

Ainda segundo a FGV, houve piora em junho tanto nas avaliações sobre o momento presente quanto das expectativas em relação aos meses seguintes. No primeiro item, a queda foi de 5,6%, enquanto no segundo o recuo foi de 4,2%, ambos os menores níveis da série histórica.

“O resultado da pesquisa sinaliza que, entre março e junho, a indústria de transformação enfrentou mais um trimestre de queda da produção e de margens de lucro comprimidas. Embora os indicadores que retratam a situação presente dos negócios estejam caindo mais fortemente em junho, chama atenção a piora das expectativas, levando a um elevado grau de pessimismo em relação ao horizonte de três a seis meses”, afirma Aloisio Campelo Jr., superintendente Adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/Ibre.

Serviços

Já a confiança dos serviços voltou a cair de maio para junho, na quinta queda seguida do indicador este ano e atingindo o menor nível da série iniciada em junho de 2008. O índice recuou 4,5%, ao passar de 84,5 para 80,7 pontos. A queda foi em nove das 12 atividades pesquisadas e foi determinado tanto pelas avaliações sobre o momento presente quanto pelas expectativas em relação aos meses seguintes.

O Índice de Situação Atual recuou 8,0%, depois de cair 6,8% em maio. Já o Índice de Expectativas recuou 2,4%, após aumentar 1,6% no mês anterior.

“A avaliação das empresas de serviços prossegue bastante negativa ao final do segundo trimestre, sobretudo em relação à situação corrente dos negócios. Inflação elevada, mercado de trabalho em queda e elevação do custo financeiro seguem afetando, de modo generalizado, a confiança do setor. Os indicadores de junho não trazem sinalização de melhora no curto prazo”, avalia Silvio Sales, consultor da FGV/Ibre.