Economista ministrou palestra nesta segunda-feira em Campo Grande 

Com a crise política e econômica pela qual o Brasil está passando, há quem defenda que o País não tem jeito, entretanto, não é o que pensa o economista e consultor econômico Ricardo Amorim. Durante mais de uma hora de palestra para um auditório completamente lotado, ele defendeu que “as crises trazem as maiores oportunidades e o Brasil tem jeito”. 

Ricardo Amorim destacou, na palestra realizada nesta segunda-feira (25/05), no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), como parte da programação de “Maio Mês da Indústria 2015 – Indústria Resistente”, que existe uma série de sinais de que o País está bem próximo do “fundo do poço”, como a perda de confiança por parte da indústria e do comércio, que está nos níveis mais baixos da história.

No entanto, ainda há uma luz no fim do túnel e esse fio de esperança está na inovação do pensar. “Entre os caminhos para que a indústria volte a crescer são investir em maquinário e mais utilização de softwares e de equipamentos. “O que a gente tinha no Brasil historicamente era uma mão de obra barata e nos últimos anos os salários subiram muito, mas a mão de obra no Brasil ficou cara e infelizmente não ficou mais produtiva, então, por consequência, a gente passou a ter mão de obra menos competitiva”, afirmou o economista.

Ele acrescenta que a maior disponibilidade de crédito para compra de máquinas com taxas competitivas tornou as máquinas em termos relativos mais baratos. “O que isso significa é que as empresas que forem capazes de fazer de uma forma mais agressiva, mais rápida um processo de automação, provavelmente, vão ser as vencedoras desse ciclo de crise”, ponderou.

Ricardo Amorim cita como exemplo o Centro-Oeste, que é a região que mais cresce no Brasil graças à combinação entre agropecuária e indústria. “O mercado asiático, em especial o chinês, está em franca urbanização graças à industrialização. Com isso, a produção de alimentos diminui e os chineses terão de comprar comida no celeiro do mundo, que é o Brasil, mais precisamente, o Centro-Oeste. Portanto, o cenário futuro é muito positivo para a agroindústria”, previu.

Repercussão

Na avaliação do presidente da , Sérgio Longen, o Sistema Indústria tem buscado construir ações no sentido de superar essa e política nacional, criando novas oportunidades para a atração de investimentos. “Realmente os números não são bons, mas nós precisamos superar. Mais do que nunca está provado que é com otimismo e determinação que vamos vencer essa ação que acabou sendo colocado no Brasil de garganta abaixo. Entendemos, cada vez mais, que as ações estão focadas e direcionadas, nesse sentido que nós vamos trabalhar e conduzir essa frente de desenvolvimento do Centro-Oeste, que é a indústria”, destacou.

Sérgio Longen cita como exemplo os investimentos anunciados nos últimos dias pela Eldorado Brasil (R$ 8 bilhões em Três Lagoas), Fibria (R$ 7,7 bilhões em Três Lagoas), Frigorífico Aurora (R$ 120 milhões em São Gabriel do Oeste) e Grupo Asperbras (R$ 304 milhões em Água Clara). Essas quatro grandes indústrias têm em comum o fato de transformarem a matéria-prima do campo em produto industrializado, como a madeira para a produção de celulose e de móveis e os suínos para a produção de carne e embutidos.

Quem assistiu a palestra também conseguiu extrair boas perspectivas para o futuro. Esse é o caso do empresário Zigomar Burille, sócio-proprietário da DItália Forros de PVC. “Foi bem valiosa a palestra pela conjuntura econômica que estamos vivendo e que temos que ver a crise como um potencial de desenvolvimento e não um fracasso”, disse.

Já a aluna do curso superior de Logística da Faculdade Tecnológica do Senai de Campo Grande, Lucilene Viega, garante que a palestra agregou conhecimento. “A palestra foi muito boa e interessante no meu ponto de vista. Com certeza acrescenta muito conhecimento ouvir um especialista de fora que é renomado e que tem uma bagagem cheia de experiências”, afirmou.