Com as chuvas em excesso em boa parte das regiões produtoras de soja, MS teve transtornos no período de desenvolvimento das plantas, com pouco sol, e ainda enfrenta dificuldades para a colheita

O Governo de Mato Grosso do Sul já trabalha com a possibilidade de uma quebra na de soja que era esperada para este ano no estado. “Com essa situação, a supersafra já era”, avisou o governador André Puccinelli em entrevista coletiva nesta quarta-feira (9). Ele se referia à expectativa de que a safra de 2010/2011 atingisse a marca dos 5,6 milhões de toneladas.

Com as chuvas em excesso em boa parte das regiões produtoras de soja, MS teve transtornos no período de desenvolvimento das plantas, com pouco sol, e ainda enfrenta dificuldades para a colheita. Quem plantou mais cedo, aproveitando as condições climáticas favoráveis, já deveria estar colhendo mas precisa aguardar a estiagem para colocar as colheitadeiras no solo úmido da plantação.

Além da dificuldade logística, os produtores têm uma perda na qualidade da soja que acaba sendo colhida fora de época, com mais umidade do que o recomendado. Armazenada mais úmida, a soja sofre um processo conhecido como “ardência”, que diminui o preço final pago pela lavoura.

Com as dificuldades nas estradas em péssimas condições após o longo período de chuvas, também pode haver sobrecarga nos armazéns. “Do jeito que está, se chegarmos aos 5 milhões de toneladas, dou um beijo na careca de São Pedro”, ironizou o governador. Ele disse que o Governo ainda não tem como avaliar a extensão das perdas.

O Governo anunciou que vai decretar estado emergencial para possibilitar aos produtores que possuem financiamentos procurarem renegociações ou prazos extras quando comprovarem os prejuízos na lavoura. A Defesa Civil está orientando os municípios sobre os procedimentos necessários para a União homologar as perdas causadas pela situação de emergência.