Em algumas regiões 30% da plantação já é tida como perdida; agricultores pedem ajuda do Estado e até dos bancos
Os efeitos negativos das fortes chuvas que caem sobre Mato Grosso do Sul, além de desabrigar ao menos 300 famílias até agora, pode ter motivado um estrago econômico com as perdas ainda calculadas pelos plantadores de soja. Ao menos três municípios que anotaram prejuízos na agricultura já pensam em decretar situações de emergências.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo da cidade de Sidrolândia, Nilo Servo, por exemplo, disse nesta terça-feira que ao menos 50 mil hectares do plantio da soja – 30% da plantação – em seu município foram comprometidos, produção calculada em R$ 30 milhões.
“Não é só aqui, soube que os sojicultores de Maracaju, São Gabriel do Oeste e de outras cidades também foram afetados”, disse Servo. Mato Grosso do Sul cultiva em torno de 1,7 milhão do grão anualmente.
O secretário informou ainda que a partir de amanhã a classe produtora deve se juntar e buscar ajuda do município, Estado e das instituições bancárias. O prefeito de Sidrolândia deve decretar situações de emergência, um meio de captar recursos de maneira mais ágil para socorrer os desabrigados e recuperar vias, como exemplos.
“Há dez dias não víamos o sol por aqui”, disse Nilo Servo, por telefone, nesta tarde de terça-feira. Durante o diálogo, o secretário disse que tentava escapar de um atoleiro.
Além da soja, segundo o secretário, o período chuvoso isolou chácaras que abastecem o frigorífico da cidade e, com isso, ao menos 180 mil abates diário de frangos foram suspensos. Os cerca de 2 mil empregados do frigorífico foram dispensados desde o fim de semana.
O governo do Estado afirmou que aguarda os relatórios da Defesa Civil para traçar um plano de recuperação nos municípios.
