Vem ano, passa ano, o desafio de quem consome peixes na Sexta-Feira Santa é sempre o mesmo: encarar as filas quase quilométricas das peixarias da cidade. Em Campo Grande, os estabelecimentos estão lotados e muitos proprietários têm adaptado o atendimento para otimizar o tempo dos clientes.
Nas paredes, cartazes com as precificações dos peixes em letras e números garrafais. Nas filas, controle de entrada para que não haja superlotação dentro das peixarias. Até caixas d’água de 500 litros foram compradas para dispor os peixes e agilizar as vendas. Quem pretende garantir a refeição do feriado e fim de semana precisa ter paciência.
Em uma peixaria na Avenida dos Cafezais, a calçada estava tomada por pessoas. Ao redor, dezenas de motoristas procuravam uma vaga para estacionar. Para facilitar, o proprietário fez um controle de acesso para os compradores. Quem chega entra na fila, na parte externa do estabelecimento, assim, conforme os clientes de dentro vão saindo, outros vão entrando.
Além disso, para dar conta de todos os atendimentos, funcionários temporários foram contratos, inclusive os parentes que receberam um dia de folga pela Quinta-Feira Santa. “Eu não trabalho aqui, mas todo ano é bem movimentado. Então vim pra ajudar”, contou o irmão do proprietário da peixaria ao Jornal Midiamax.
Eles apontam que o movimento está como esperado e, como garantiram um estoque grande, nenhum peixe está em falta. Até o momento, os mais pedidos foram pacu e tilápia.
Nesta unidade, os preços variam de R$ 4,98 a R$ 169,90 o quilo do peixe:
- Filé de pintado – R$ 49,90 kg
- Pintado em posta – R$ 49,90 kg
- Pacu com vísceras – R$ 16,98 kg
- Pacu eviscerado G (acima de 1,5 kg) – R$ 25,90
- Pacu temperado e recheado – R$ 49,90 kg
- File de tilápia – R$ 49,90 kg
- Filé de salmão – R$ 119,90 kg
- Filé de bacalhau – R$ 169,90 kg
Para quem não abre mão de consumir o pescado na data, a peixaria também oferece opções mais baratas, como a cabeça de pacu, que está a partir de R$ 4,98 kg.
Iris Melo chegou cedo para garantir os destaques do almoço de sexta-feira. Ela levou para casa o pacu, filé de tilápia e o pintado, por R$ 122. Iris explica que preferiu ir até o estabelecimento pela manhã porque tem acompanhado uma movimentação muito grande de pessoas nas peixarias no fim da tarde.
“Achei os preços um pouco salgados. O mais caro foi a tilápia. Mas eu tenho costume de comer peixe na Sexta-Feira Santa todo ano. É mais pelo costume do que pela religião mesmo”, conta.
Já dona Dilma Alves garantiu o pacu e o pintado, que serão feitos com preparos diferentes. “Eu acho uma delícia e todo ano temos tradição de preparar os peixes. Este ano o pacu vai ser frito e o pintado vai virar moqueca. Mas assim, não é só na Semana Santa não. Como sempre que posso, porque acho muito importante para a saúde”, pontua.
Estoque lotado e muitas opções
Já na Rua Trindade, outra peixaria chama atenção pela quantidade de pessoas que se aglomeram nas filas. Segundo o proprietário, os peixes com mais saída são o salmão, pintado e o pacu. Ele também garantiu um estoque generoso e por isso, apesar das demandas, não há falta de nenhum corte.
Fabrícia Carissimi saiu do estabelecimento com uma sacola cheia de pescados, com o investimento de R$ 226. Apesar de ter ido até a peixaria na véspera, ela conta que estava preocupada se conseguiria, ou não, garantir as estrelas do seu almoço com a família, que mora em Sidrolândia.
“Eu compro por causa da minha fé, mas também porque este é um momento para reunir a família e confraternizar. Para nós, já é um hábito”, explica. Segundo Fabrícia, a ideia de comprar os peixes na capital, para então levar a Sidrolândia, vem de querer economizar e garantir mais opções.
Uma peixaria da Avenida Rui Barbosa também está lotada. Lá, os clientes têm optado por postas e costelinha de pacu.
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