Clientes ‘madrugaram’ nas peixarias de Campo Grande para garantirem o almoço nesta Sexta-Feira Santa. Fazendo jus ao famoso ‘jeitinho brasileiro’ muitos estão enfrentando filas logo nas primeiras horas do dia.

Dentro da tradição da Igreja Católica, a Sexta-Feira Santa, também conhecida como Sexta-Feira da Paixão, é um dia reservado para a prática da abstinência. Essa tradição milenar do catolicismo opõe-se ao consumo de carne vermelha e de frango nesse dia. Dentro desse costume, é comum que nesse dia as pessoas substituam o consumo dessas carnes pelo consumo de peixe.

Em uma peixaria localizada no Mercadão Municipal, a clientela já enfrentava fila antes das 7h da manhã de hoje. O proprietário abriu o estabelecimento por volta das 5h e desde então o movimento só está aumentando com o decorrer das horas.

Cleuber Linari, é dono da peixaria há quase meio século. Ele explica que a Sexta-feira Santa é o ‘Natal do Peixeiro’. O comerciante relata que a movimentação no comércio teve início desde o começo da quaresma, mas, nesta semana a busca pelo ‘peixinho’ está aumentando ainda mais a cada dia.

Em 2024, a Sexta-feira Santa caiu no final do mês. Amauri disse que ficou apreensivo e acreditava que teria menos clientes em comparação ao ano passado, mas ele se enganou e o número de vendas está parecido.

“Ano passado a Sexta-feira Santa caiu no dia 8 de abril. As pessoas já tinham recebido, mas em 2024 foi no final do mês. Achei que teria menos clientes, mas a movimentação está bem parecida”, disse entusiasmado.

Quem estava na fila diz que o motivo de deixar de realizar as compras na última hora aconteceu devido a correria do dia a dia. A assistente administrativa, Luciene Aparecida de 30 anos, contou que trabalha muito e não teve tempo de ir às compras. Acompanhada da cunhada e mesmo na folga do trabalho elas precisaram acordar cedo para garantir o peixe no almoço.

“Mesmo na folga acordamos cedo para comprar peixe. Resolvi vir aqui no Mercadão, pois no bairro que moro não tem muitas opções. Pretendo comprar filé de pintado para fazer no almoço. Não sei o preço, mas hoje não tem jeito. Independentemente do valor, vou precisar levar”, contou.

O pedreiro Amauri Machado de 59 anos também resolveu acordar cedo e enfrentar a fila. Ele pretende levar quatro quilos de pintado e com receio que mais tarde a fila aumente ainda mais, ele decidiu madrugar.

“Não deu para comprar antes por causa do trabalho e hoje acordei cedo. Gosto de peixe e não como exclusivamente na Sexta-feira Santa, mas hoje foi preciso garantir”, contou o pedreiro.