A Praça Ary Coelho, no Centro de Campo Grande, recebe nesta terça-feira (25) o mutirão de negociação de dívidas do varejo para quem está com o “nome sujo”. A chance de recuperar o crédito reuniu mais de 70 pessoas na fila de espera antes do início do atendimento, que segue das 8h30 às 17h.
Com dúvidas, alguns procuraram o atendimento querendo quitar dívidas bancárias, agrícolas, pensão ou de tributos, como o IPTU ou IPVA, entretanto, a feira negocia apenas débitos com o varejo, por exemplo, conta de água, luz, lojas de roupa, etc.
Joselayne Ferreira teve que deixar a fila após ser alertada que a dívida que tem não se encaixa nos critérios de negociação do mutirão. “Tenho uma dívida de R$ 3 mil de IPVA e licenciamento. Meu marido me disse [sobre o evento] e aproveitei o dia de folga para tentar resolver”, disse a copeira de 51 anos.
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Nilza Emy Yamasaki, secretária-executiva do Procon-MS (Secretaria de Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul), reforça a chance de intermediações entre o inadimplente e o comerciante. Além do Procon, o mutirão reúne atendimento da Defensoria Pública, Prefeitura Municipal, Judiciário e núcleos de educação financeira.
“Não existe um total de desconto ou parcelamento, cada caso é discutido separadamente, cada fornecedor será sensibilizado ao oferecer o que pode, e dessa forma vamos liberar a sociedade do endividamento. Cada empresa oferece uma proposta para ser intermediada, em um curto prazo, tem uma rodada de negociação”, explica.
A iniciativa com apoio da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor). O representante da pasta, Tomas Miranda, desembarcou de Brasília para Campo Grande para participar de um dos mutirões que acontece simultaneamente em cidades brasileiras.
“É uma chance que o Governo Federal dá para se organizar e fazer um orçamento, isso ajuda na economia. Ninguém gosta de estar com dívidas e ficar devendo. O mutirão é uma oportunidade de negociar qualquer dívida do varejo e crediário. Existe uma intermediação e orientação do Procon que há garantia do consumidor ter a melhor negociação possível”.
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Atendimento por ordem de chegada
O autônomo Ramiro Carrasco, de 58, é o primeiro da fila e chegou às 7h30, ansioso para resolver de vez um endividamento que ultrapassa os R$ 1 mil. “Não consegui pagar porque fiquei doente, não trabalhei e virei uma bola de neve. Não sabia o que fazer e vim procurar ajuda. Espero sair daqui com uma posição e um parcelamento que consiga pagar”.
O atendimento acontece até às 17h, bem no meio da praça. Há tendas e cadeiras para acomodar os consumidores interessados. O serviço é feito por ordem de chegada.