Com preço da carne pesando no bolso dos consumidores, comerciantes já perceberam um hábito de consumo nos açougues e casas de carnes de Campo Grande: economizar na ‘mistura’ da semana para ‘comer melhor’ no fim de semana.
“O povo compra bastante a carne branca durante a semana e no final de semana é carne para assar”, explica a proprietária de uma casa de carne na Albert Sabin, Raquel Riquelme. “Eles procuram o porco e frango porque está mais em conta”, diz ao Jornal Midiamax.
No local, a procura é maior pela alcatra e pelo coxão mole (R$ 38,99), além da ponta de costela (R$ 37,99). Segundo ela, apesar dos números do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apontarem retração no segmento de alimentação em fevereiro, o reajuste não foi expressivo nas carnes.

“Está no mesmo valor e tem até previsão de aumento; a arroba vai subir”, conta. O segmento de alimentação e bebidas foi o único que teve retração de 0,82% em fevereiro. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as refeições em casa ficaram mais baratas no mês passado, bem como as carnes, batata e tomate.
Preço volátil
O mesmo acontece no açougue do Mercado Ferracine, na Avenida Manoel Joaquim de Moraes. “No final de semana o pessoal que pode cai para a picanha, mas a capa de coxão mole e a de contrafilé são as mais vendidas”, conta a proprietária Merlei Aparecida, de 55 anos.
“Durante a semana é a carne de segunda. A carne moída é a campeã de vendas durante a semana. Eles estão atrás também do frango e carne de porco. De fevereiro para cá o consumo [desses itens] aumentou em 25%”, revela à reportagem.

Sobre o preço da carne, ela diz que houve uma queda de R$ 0,30 no mês passado, mas o valor já está quase sendo atingido novamente. No estabelecimento, a picanha está R$ 54,99, a capa de coxão mole R$ 37,99 e o contrafilé R$ 38,99.
“No final do mês o consumidor começa a comprar mesmo, aí os frigoríficos fazem uma diferença [baixam o preço]. Quando você está contente com o preço, eles aumentam de novo”, explica.
E no bolso?
Conforme consumidores, essa retração das carnes não foi sentida. “Para mim está o mesmo preço”, opina o açougueiro Márcio Oliveira, de 44 anos. Há 12 anos no ramo, ele garante que os preços na quaresma do ano passado são os mesmos deste ano.
Da mesma opinião compartilha o pedreiro Valdeir Barbosa da Silva, de 48 anos, que estava em uma casa de carnes comprando bisteca suína. “Está mais barata que a bisteca bovina”, justifica ao Jornal Midiamax. “Para mim não mudou muita coisa não. De forma geral, nos açougues que eu vou, teve pouca variação”, diz.
