Até o ano passado a loja onde a Dalila Duarte trabalha, em Campo Grande, chegou a instalar até 40 kits GNV (Gás Natural Veicular) em apenas um mês. Com o valor da gasolina nas alturas, a opção virou queridinha dos motoristas que queriam economizar, no entanto, empresas especializadas no serviço afirmam que o cenário está bem diferente devido às seguidas reduções no preço dos combustíveis, o que  provocou queda de até 90% na clientela que buscava pelo GNV.

“Está paradíssimo. Antes eu chegava a instalar em até 10 carros em uma semana, agora, praticamente nenhum. No início do ano a gente ainda colocou em uns oito, mas, há uns quatro meses, a redução foi muito grande”, comenta a gerente da GNV Tech Serviços Automotivos. 

De acordo com Dalila, a economia com o GNV caiu praticamente pela metade, no entanto, calculando todas as despesas, automóveis movidos a gás ainda garantem bom desconto para quem já tem o kit instalado. A desvantagem fica apenas para novos interessados. 

“Para quem já tem instalado compensa porque existe uma economia de uns 30%. Já quem não tem não vê muita vantagem porque é um investimento alto”, explica.

Na empresa onde o Mário Márcio trabalha a realidade é a mesma, aliás, a quantidade de pessoas interessadas em desinstalar o kit a gás é ainda maior do que quem deseja aderir ao sistema. 

“Existe vantagem porque o rendimento do GNV é melhor, mas o sistema exige mais do carro e é um processo burocrático com documentação com taxas altas. Avaliando isso, muitas vezes o cliente entende que não compensa”, afirma o funcionário da Sertec Gás. 

Segundo ele, desde meados de julho, com a dedução do imposto sobre etanol e a gasolina, houve estagnação no preço no GNV. “O resultado disso foi uma redução muito grande de instalações, cerca de 90%”, completa. 

Mário explica que para desinstalar o GNV o motorista precisa solicitar ao Detran uma autorização de retirada, documento que custa certa de R$ 200. Na sequência, ele paga cerca de R$ 400 pela desinstalação e, por fim, mais R$ 650 por uma vistoria final no veículo. O mesmo processo deve ser feito para a instalação. 

Combustível mais barato

Após o preço da gasolina chegar a custar até R$ 7, a Petrobras passou a anunciar repetidas reduções no valor. O primeiro reajuste foi feito em 19 de julho pela Petrobras, logo em seguida, no dia 28 de julho, uma nova redução foi anunciada. Outra aconteceu no dia 15 de agosto e a última, foi anunciada no dia 1º de setembro.

No primeiro dia de setembro, a Petrobras anunciou a última queda no preço da gasolina vendida para as distribuidoras. A partir do dia 2 deste mês, o preço médio de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,53 para R$ 3,28 por litro, redução de R$ 0,25 por litro.

Conforme explicou a estatal, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passou de R$ 2,57, em média, para R$ 2,39 a cada litro vendido na bomba.