Após consumidores reclamarem sobre prejuízos causados por um curso profissionalizante em Campo Grande, o Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) fez uma fiscalização e autuou a empresa. A empresa de cursos é reincidente e já havia sido autuada em fevereiro do ano passado em R$ 8,7 mil.

Mesmo já tendo sido autuada, a empresa voltou a cometer práticas abusivas e continuou a gerar prejuízos para o consumidor vulnerável, que está em busca de oportunidades de emprego. A empresa oferecia cursos que, na propaganda, seriam gratuitos, mas que ao serem estimulados por ligações de telemarketing, as pessoas encontravam realidade completamente diferente: eram obrigadas a pagar taxa de matrícula e parcelas mensais, aponta Procon.

Durante a fiscalização, a pessoa responsável pela empresa apresentou um roteiro utilizado pelas operadoras de telemarketing e, ao ser constatada a gravidade do conteúdo, se negou a entregar um exemplar aos fiscais. O Procon convocou integrante da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) e, só aí, o documento foi entregue.

Durante a ação, os fiscais foram abordados por pessoas responsáveis pelos alunos que relataram a maneira com que eram abordadas e o processo de pressão sofrido durante entrevista.

A empresa utiliza como slogan a frase “Nosso objetivo é fazer com que você conquiste uma vaga de trabalho de maneira rápida e fácil”, mas o Procon aponta que o que ocorre na realidade é completamente diferente. “Não há perspectiva de vagas e os cursos, todos pagos com valores pouco acessíveis”.

De acordo com denúncias de consumidores, na tentativa de convencer as pessoas a se inscreverem nos cursos profissionalizantes, os responsáveis promovem ameaças e coação quando a pessoa se recusa a aceitar suas ofertas. O Procon recebeu denúncia de uma mãe, que diz que ao atender ligação telefônica, ficou sabendo que seu filho de 17 anos teria sido ‘sorteado’ com uma bolsa para frequentar curso e, ao verificar que não era verdade a oferta, recebeu a ameaça de que o filho seria bloqueado para qualquer vaga de emprego até que completasse 21 anos.

Segundo o Procon, em uma rápida busca pelo Google, já é possível perceber que a empresa não é confiável. “Há reclamações em todos os municípios onde existe uma unidade do ‘pseudo curso profissionalizante’”, diz o Procon.