Médico do UPA Vila Almeida vai parar em comunidade de queixas do Consumidor por acusação de negligência
Uma queixa publicada no dia 09 de outubro na comunidade virtual ‘Aonde Não Ir em Campo Grande’ acusa o médico da Rede Pública Municipal, Renato Figueiredo , de questionar um paciente se ele ‘gostaria de morrer’. A reclamação, veiculada no Facebook, denuncia o profissional por um descumprimento no Artigo 23 do Código de Ética da […]
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Uma queixa publicada no dia 09 de outubro na comunidade virtual ‘Aonde Não Ir em Campo Grande’ acusa o médico da Rede Pública Municipal, Renato Figueiredo , de questionar um paciente se ele ‘gostaria de morrer’. A reclamação, veiculada no Facebook, denuncia o profissional por um descumprimento no Artigo 23 do Código de Ética da Medicina.
“Art. 23: Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto”, diz o documento no seu capítulo IV, referente aos Direitos Humanos.
A autora da reclamação virtual é a enfermeira Camila Graziela, irmã de um paciente psiquiátrico que segundo a sua postagem supostamente foi ignorado por Renato Figueiredo. A usuária da comunidade postou a queixa no espaço dedicado a registros de reclamações de consumidores, que teoricamente deveria ter apenas comentários de críticas a empresas.
“Atenção amigos se vocês têm algum parente ou conhecido que é paciente psiquiátrico cuidado ao se deparar com o Dr. Renato que atende na UPA Vila Almeida. Quando o paciente entra em crise ele diz: Quer morrer? então morre! Vira as costas e não atende.”, relatou Camila.
A resposta do médico no mesmo espaço aconteceu apenas no último domingo (13), sendo que três dias antes ele já havia publicado uma resposta em seu mural. Na primeira réplica Renato ironicamente rebateu a acusação em uma descrição de como foi caótico e sem estrutura o seu turno no UPA Vila Almeida no dia do incidente.
“Neste momento entra nossa protagonista, depois desse monte de maldades. Durante a ressuscitação, ouve-se uma confusão na sala ao lado, onde duas mulheres gritavam ‘parecendo uma briga’, então técnicos de enfermagem que me auxiliavam na parada cardíaca tiveram que sair correndo para segurar essas pessoas. Neste exato momento adentra uma senhora de 60 anos com falta de ar e roxa. Oriento um técnico a iniciar atendimento nesta senhora, enquanto a enfermeira continua com minha paciente que tinha acabado de ressuscitar. Vou a sala ao lado onde se encontram duas senhoras gritando, em nítido desequilíbrio emocional. Tento dessa forma entender o que esta acontecendo, quando minha paciente insiste em parar seu coração novamente. De maneira cruel e desumana dou as costas a esta senhora e vou reanimar outra vez minha paciente. Lógico que tudo isso dificultado pelo meu monitor cardíaco que não funcionava devidamente,e por ter que decidir qual dos quatro paciente graves ficaria com o oxímetro”, declarou o médico na sua resposta sobre o caso no Facebook.
Renato usa frequentemente seu perfil para comentar seus plantões, onde manifesta de forma declarada seu amor pela Medicina, e também publica suas ações sociais em comunidades carentes. A popularidade do médico dividiu opiniões nos mais de setenta comentários que a reclamação de Camila gerou diretamente.
A Confusão
O irmão de Camila Graziela, que é paciente psiquiátrico, surtou durante o seu atendimento no UPA Vila Almeida do dia 09 de outubro. No momento de desequilíbrio emocional ele precisou ser contido por enfermeiros e chegou a agredir uma outra irmã da enfermeira. A mesma conta que ele chegou a ficar todo cheio de sangue por ter arrancado o acesso venoso instalado pelos técnicos de enfermagem.
“Confesso que não vi o que aconteceu. Escutei o barulho e presumi que era uma briga. Fui até o local e pedi ordem pois haviam pacientes infartados próximos e outros em estado grave. Uma situação como aquela é incompatível com o ambiente pois desestabiliza enfermos que podem estar no seu limite. Dei a orientação e sai, mas nunca perguntaria para um paciente se ele quer morrer. Foi um noite de êxito com várias vitórias no plantão, em que tivemos muitas reversões de problemas críticos. Contudo, por conta de um comentário meu nome ficou apedrejado publicamente. Fiquei assustado com a sociedade, pois as pessoas julgam e acusam sem saber a verdade”, desabafou o médico que estuda entrar com medidas judiciais para retirar a reclamação do ‘Aonde Não Ir em Campo Grande’.
De acordo com Renato a sua autorização para fazer parte da comunidade virtual demorou três dias. A gestora do espaço o proibiu de responder a denúncia em outra postagem, e lhe concedeu apenas a oportunidade de réplica nos comentários da publicação de Camila Graziela. A reportagem não encontrou a enfermeira para obter mais detalhes do incidente que ocorreu no tratamento de seu irmão.
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