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Cotidiano

Vereadora promove abaixo-assinado contra reajuste da tarifa do Consórcio Guaicurus

O abaixo-assinado, que está na fase de recolher as primeiras 50 assinaturas, conta com o apoio de representantes de vários movimentos
Schimene Weber -
O reajuste foi autorizado dia 23 de janeiro pela Prefeitura Municipal de Campo Grande (Reprodução, Avaaz.org)

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) está promovendo um abaixo-assinado contra o reajuste da tarifa, no valor de R$ 0,20, promovido pelo Consórcio Guaicurus no transporte público de Campo Grande.

De acordo com a vereadora, “o Consórcio Guaicurus não cumpre as cláusulas do contrato e precariza o serviço de transporte da cidade e, portanto, a concessionária não pode exigir o reajuste anual do preço da tarifa”.

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O abaixo-assinado, que está na fase de recolher as primeiras 50 assinaturas, conta com o apoio de representantes dos movimentos Coletivo Linha Popular, Ligados no transporte, União Juventude Comunista, Juventude Socialista Brasileira, Juventude Petista, União da Juventude Revolucionaria, Coletivo Vamos à Luta, Movimento Negro, trabalhadores e usuários do transporte publico, que se uniram pela revogação do aumento da tarifa.

Ainda, conforme a vereadora, “o Consórcio Guaicurus é um grupo de empresas que opera o sistema de transporte coletivo em Campo Grande há mais de dez anos, tendo em seu histórico várias denúncias e investigações”.

Para conferir o abaixo-assinado, clique aqui.

Manifestação

Em busca de respostas do poder público sobre o aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte coletivo de Campo Grande, usuários realizam uma manifestação no Terminal Morenão, região sul da cidade, na noite da última quarta-feira (29). Vale lembrar que o reajuste no valor do passe ocorreu na última quinta-feira (23), tornando Campo Grande a 11ª cidade com a tarifa mais cara entre as capitais do país.

Conforme o manifestante Douglas, da Unidade Popular, o protesto é, não só pela diminuição no preço do passe, mas também pela tarifa zero e estatização no transporte público. Para ele, é inconcebível o reajuste, considerando o serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus há anos.

“Há mais de sete anos o Consórcio Guaicurus está sugando do sangue e suor do povo campo-grandense, seja dos funcionários do consórcio, seja das pessoas que usam ônibus no dia a dia. Nós vemos os aumentos acontecendo e vemos uma precariedade e um descaso total com a qualidade do serviço prestado”, afirma.

Para o manifestante, o ajuste nada mais é que uma “injustiça contra o povo” e que o protesto deve “ser uma luta de toda a população de Campo Grande”. Assim, o primeiro ponto pedido pelos usuários é que o Consórcio “revogue o aumento de 20 centavos” e que se faça “um transporte coletivo para o povo, sem o Consórcio Guaicurus”.

Sobre o aumento do Consórcio Guaicurus

A Prefeitura de Campo Grande divulgou o novo valor da tarifa de ônibus na noite da última quinta-feira (23). Com reajuste após determinação judicial, um passe do transporte coletivo na Capital de passou a custar R$ 4,95, o que representa um aumento de 3,51%.

Receita bilionária

Os empresários de ônibus de Campo Grande são o verdadeiro exemplo do ‘mau negócio’ que rende milhõesNa verdade, bilhões. Isso porque equipe técnica da prefeitura da Capital certificou auditoria contábil nas planilhas do Consórcio Guaicurus e atestou que a concessionária teve receita de R$ 1.277.051.828,21 (um bilhão, duzentos e setenta e sete milhões, cinquenta e um mil, oitocentos e vinte e oito reais e vinte e um centavos) de 2012 a 2019 – somente os oito primeiros anos do contrato. Os técnicos chegaram aos valores a partir de balanços enviados pelas próprias empresas de transporte.

Conforme documento oficial da Agereg, os lucros do Consórcio Guaicurus só aumentaram. “Mantendo-se em um nível linear entre os períodos de 2016 a 2018, excetuando o exercício financeiro de 2019 com baixa, porém, mesmo registrando baixa em suas receitas [em 2019], o Consórcio auferiu lucro para o período, melhor que o exercício imediatamente anterior”.

Apesar de lucrar milhões explorando o transporte público em Campo Grande, perícia autorizada pela Justiça revelou que, desde 2015, a idade média dos ônibus que circulam nas ruas ultrapassou a média de 5 anos, determinada pelo contrato. Em vez de utilizar os recursos para melhorar os serviços, o laudo pericial apontou ainda que o número de ônibus nas ruas só diminuiu. “Evidente que o Consórcio sempre possuiu condições de adimplir o contrato de concessão”, diz documento da Agereg.

Frota crítica

De alçapão voando a elevador emperrado, em 2024 o Jornal Midiamax registrou diversos momentos desafiadores vividos por quem depende do transporte público, contrariando, totalmente, a informação de que “o serviço do Consórcio Guaicurus é excelente para conforto, acessibilidade, pontualidade, qualidade da frota e pessoal a serviço”.

Acessibilidade é de longe um dos pontos a melhorar quando o assunto é transporte coletivo. Isso porque são frequentes as reclamações de usuários que dependem do elevador para embarcar e desembarcar dos ônibus alegando que ficaram “presos” na condução ou não puderam subir, porque a escada estava emperrada.

Em janeiro de 2024, por exemplo, o auxiliar administrativo, Nelson Corrêa, de 63 anos, não conseguiu desembarcar de um ônibus na Avenida Júlio de Castilho devido ao elevador que havia estrago.

Também em janeiro, um passageiro registrou goteiras em um dos ônibus que presta serviço à população. Nas imagens é possível notar um furo no teto do ônibus 3265 da linha 051, que faz trajeto entre o Terminal e o . Na época, ele até ironizou dizendo que estava “refrescante”.

Lotação também é algo diário nas conduções. Nos horários de pico, então, as conduções se transformam em grandes – e abafadas – latas de sardinha.

Em uma das situações relatadas, eram 5h30 quando os passageiros se aglomeravam para entrar na linha 080 (Terminal Aero Rancho / Terminal General Osório).

Consórcio ‘escapou’ de CPIs

Nos últimos 10 anos, a criação de uma comissão para a investigação do Consórcio Guaicurus — contrato e serviços prestados — foi pautada pelo menos sete vezes na Câmara de Campo Grande. Uma por uma, as tentativas ficaram de lado nos trabalhos legislativos. Assim, as empresas ‘escaparam’ de comissão própria para investigar a situação precária do transporte coletivo na Capital.

No mesmo recorte temporal, o Midiamax noticia séria de reportagens sobre a realidade dos ônibus de transporte público em Campo Grande. Goteirassuperlotaçãofrota sucateada e falta de acessibilidade estão entre os principais desafios enfrentados pelos usuários do Consórcio Guaicurus.

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