Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os Estados Unidos em 2024, mas o comércio está ameaçado com a decisão do presidente Donald Trump de impor taxa de 25% a importação de aço.
A taxação começa a valer nesta quarta-feira (12) e preocupa governos, visto que pode impactar diretamente a economia de vários países, inclusive o Brasil. Mato Grosso do Sul produz minério de ferro e ferro-gusa a produção pode ser impactada.
O governo de Mato Grosso do Sul afirma que as empresas terão que realocar os produtos, ou no mercado interno ou externo e teme que redução das atividades de empresas do setor.
“Essa situação é muito complexa e pode até gerar paralisações e demissões. É preocupante e o governo tenta renegociar uma saída de menor impacto”, afirma Jaime Verruck, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.
Relação comercial com os Estados Unidos
Em 2024, as exportações de Minério de Ferro representaram 2,5% da balança comercial de Mato Grosso do Sul. Foram exportadas 3,5 milhões de toneladas de minério no ano passado, queda de 29,8% em relação a 2023, quando o produto representava 3,4% da balança comercial estadual.
Além disso, os Estados Unidos fecharam 2024 como o segundo principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, sendo responsável pelo consumo de 6,7% da produção estadual. Só no ano passado, a participação do país na balança comercial estadual cresceu 28,3%.
Em relação ao minério de ferro e ao aço, além dos Estados Unidos, Argentina, Bolívia, Paraguai e Holanda são importantes compradores de Mato Grosso do Sul. Mas em relação ao ferro-gusa, Estados Unidos é o principal parceiro.
Só em 2024, foram 284 mil toneladas de ferro-gusa exportadas para os Estados Unidos, que renderam 123 milhões de dólares ao Estado. Mas esse número já foi maior, em 2022 foram 171 milhões de dólares arrecadados com a venda de ferro fundido para os Estados Unidos.
Decisão surpreende o setor
Em nota, o Instituto Aço Brasil afirma que recebeu com surpresa a decisão do governo dos Estados Unidos, que derruba acordo firmado com o Brasil no primeiro mandato do presidente Donald Trump, em 2018, para importação do aço brasileiro.
Naquela ocasião, os governos de Estados Unidos e Brasil negociaram o estabelecimento de cotas de exportação para o mercado norte-americano de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados/placas e 687 mil toneladas de laminados. Tal medida flexibilizou decisão anterior do Presidente Donald Trump que havia estabelecido alíquota de importação de aço para 25%.
Na nota, o Instituto destaca que a negociação de 2018 atendeu interesse do Brasil em preservar acesso ao seu principal mercado externo de aço, mas também o interesse da indústria de aço norte-americana, demandante de placas brasileiras.
Os Estados Unidos importaram, no ano passado, 5,6 milhões de toneladas de placas por não dispor de oferta suficiente para a demanda do produto em seu mercado interno, das quais 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil. As exportações brasileiras de produtos de aço para os Estados Unidos cumpriram integralmente as condições estabelecidas no regime de “hard quota”, não ultrapassando, em momento algum, os volumes estabelecidos tanto para semiacabados como para produtos laminados.
✅ Siga o @midiamax no Instagram
Fique por dentro de tudo que acontece em Mato Grosso do Sul, no Brasil e no mundo! No perfil do @midiamax você encontra notícias quentinhas, vídeos informativos, coberturas em tempo real e muito mais! 📰
🎁 E não para por aí! Temos sorteios, promoções e até bastidores exclusivos para você!