Sem celular, pais e alunos enfrentam nova realidade na volta às aulas em Campo Grande

Alunos da Rede Municipal de Educação retornam à sala de aula nesta segunda-feira (10). Neste ano, a proibição do celular em todas as escolas é uma determinação do Ministério da Educação. Para amenizar a ansiedade e saudade de casa, crianças e adolescente se amparam com brinquedos ou mantas.

Na porta da escola no Centro, Melina Correia de Oliveira pedia para a filha, Elise Correia de Paula Almeida, de 12 anos, desligar o celular, respeitando a nova norma de proibição. Ela acredita que a adaptação da ausência do celular em sala de aula não será uma preocupação.

“A escola já tem meu número, então, se acontecer algo, eles me ligam. Eu conversei com ela antes das aulas, expliquei e ela entendeu muito bem. Antes, ela usava só no intervalo também. Ela vem de uma escola rural, que achei o ensino fraco, então, a matriculei em uma escola do Centro mais avaliada. Havia conversado com meu marido que precisávamos nos esforçar, pois moramos longe do Centro, mas estamos querendo dar o melhor a ela”, descreve.

Outra família ansiosa na despedida na porta da escola foi a da Thayanara Souza Benites e Edson Pereira Machado, com os filhos Alice e Alexandre, de 7 e 5 anos. Segundo a mãe, os filhos já entendem que a tecnologia é importante, entretanto, o celular não é a principal ferramenta no aprendizado.

“Eles entendem bem, claro que requer uma conversa, uma adaptação, pois nasceram na era da tecnologia”, diz. “Eles gostam muito de televisão, mas não foi difícil ensinar. Eles são crianças e nem celular têm”, completa o pai.

Contudo, com apenas 7 anos, Alexandre entende que a interação com os amigos é mais importante. “Eu sou amigo de quase toda a sala, tenho muitos amigos”, diz o menino.

Para os mais velhos, inicialmente, a falta do celular no primeiro dia de aula não será um desafio, como conta Yann, de 14 anos, e o irmão Enzo, de 10 anos. Ao lado do padrasto, eles contam que não trazem celular para a escola antes da proibição.

“Já estamos acostumados a não trazer o celular. A única vez que trouxe foi por algo importante. Não tem aula que precisa do celular”, diz.

O apego dos mais novos

Enquanto no ensino fundamental o desapego com o celular é uma preocupação, no ensino infantil a dificuldade era com o apego do colo dos pais. A educadora física Renata Marques Duarte, de 32 anos, estava com a pequena Luma, de 1 ano e 4 meses, no colo.

“Esse será o primeiro ano dela na Emei, na escola, então, não sei como será a adaptação dela, acredito que bem. O coração de mãe fica bem apertado, ficar longe dá saudade, mas é necessário. Para ela se adaptar bem, trouxe o ‘naninha’, um paninho para ficar com o cheiro da mamãe”, desabafa.

Waleri Linsm de 22 anos, segurava forte a mão da pequena Naomi, de 4 anos. Ela não escondia que estava mais ansiosa que a filha. “Ela está mais animada, eu que estou nervosa. Será a primeira vez dela nessa escola”.

“Não tiramos nada do que a criança já está acostumada em casa, um brinquedo ou uma manta, tudo é importante para manter o conforto da criança”, descreve uma educadora.

Trânsito

Em frente à Escola Municipal Professor Arlindo Lima havia policiamento da Polícia Militar de Trânsito, com orientação sobre o desembarque e fila dupla.

Para Joyce Kelly Ribas, de 40 anos, o retorno das aulas já reflete no fluxo. “Saímos de casa bem mais cedo e mesmo assim chegamos com o portão da escola já aberto. Apesar de trabalhar perto da escola deles, temos que planejar para chegar no horário de todos”.

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