‘Se o povo se unir, o Consórcio vai cair’: grupo volta a protestar reajuste de R$ 0,20 na tarifa do transporte em Campo Grande
Manifestantes também cobram melhorias no serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus
Jennifer Ribeiro, Schimene Weber –
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Gritando a plenos pulmões: ‘se o povo se unir, o Consórcio vai cair’, um grupo de usuários do transporte público se reuniu no Terminal Bandeirantes, em Campo Grande, em protesto ao aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte coletivo, nesta quinta-feira (6). O ato, que ocorre uma semana após o grupo se reunir no Terminal Morenão, também cobra melhorias no serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus.
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Conforme o representante do Coletivo Linha Popular, Kedney Araújo, a decisão de realizar uma nova manifestação surgiu após muitos outros campo-grandenses abraçarem a causa. Isso, somado ao fato de a tarifa permanecer R$ 0,20 mais cara, deu forças para que um novo movimento fosse realizado, dessa vez, em um novo endereço.
“Nós começamos o abaixo-assinado digital e todo dia colhemos novas assinaturas. As pessoas estão participando. Durante a semana estivemos no Terminal Guaicurus, no Júlio de Castilho e no Terminal Morenão, colhendo assinaturas. Por isso decidimos fazer mais uma manifestação”.
A petição citada por Kedney está em vigor desde o dia 30 de janeiro. O documento, aberto pela vereadora Luiza Ribeiro (PT), busca pressionar a revogação do aumento da tarifa na Capital.
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Precariedade no serviço
Representante do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul, Romilda Pizani também compareceu na manifestação. Para ela, o protesto mostra que a população campo-grandense está atenta ao que tem acontecido na cidade e não deixará de cobrar seus direitos.
“É um absurdo a tarifa chegar a esse valor considerando a quilometragem feita pelos ônibus, a conta não bate. Nós estamos falando de óleo diesel, não de gasolina. Campo Grande é uma capital com quase um milhão de habitantes, e o que temos visto é um transporte com muita precariedade e aumento de tarifa. A população tem que se manifestar para poder requerer os seus direitos!”, afirma.
Leia também: Após aumento da tarifa, Consórcio Guaicurus tenta garantir repasse maior da prefeitura na Justiça
Usuária do transporte coletivo, Josa Maria Gadelha concorda com a manifestação realizada. Para ela, o serviço oferecido atualmente pelo Consórcio Guaicurus é “horroroso” e “nojento”.
“Acho que está muito caro, o povo ganha pouco! O salário mínimo mal aumentou, e já aumentou a passagem. Eu acho absurdo isso! Eu vim do Ceará e lá os ônibus têm ar-condicionado e é mais barato a passagem. E aqui é isso. Os ônibus aqui estão em situação bem precária, né? Nossa, só tem um na linha 082 que tem ar-condicionado. O resto nenhum tem. Fora a falta de educação do povo! Sou aposentada, não pago, mas eu sinto para os que pagam, porque eles trabalham o dia inteiro e ganham muito pouco. Não bate o salário com esse aumento”, pontua.
Frota crítica
De alçapão voando a elevador emperrado, em 2024 o Jornal Midiamax registrou diversos momentos desafiadores vividos por quem depende do transporte público, contrariando, totalmente, a informação de que “o serviço do Consórcio Guaicurus é excelente para conforto, acessibilidade, pontualidade, qualidade da frota e pessoal a serviço”.
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Acessibilidade é de longe um dos pontos a melhorar quando o assunto é transporte coletivo. Isso porque são frequentes as reclamações de usuários que dependem do elevador para embarcar e desembarcar dos ônibus alegando que ficaram “presos” na condução ou não puderam subir, porque a escada estava emperrada.
Em janeiro de 2024, por exemplo, o auxiliar administrativo, Nelson Corrêa, de 63 anos, não conseguiu desembarcar de um ônibus na Avenida Júlio de Castilho devido ao elevador que havia estrago.
Também em janeiro, um passageiro registrou goteiras em um dos ônibus que presta serviço à população. Nas imagens é possível notar um furo no teto do ônibus 3265 da linha 051, que faz trajeto entre o Terminal Bandeirantes e o Shopping Campo Grande. Na época, ele até ironizou dizendo que estava “refrescante”.
Lotação também é algo diário nas conduções. Nos horários de pico, então, as conduções se transformam em grandes – e abafadas – latas de sardinha.
Em uma das situações relatadas, eram 5h30 quando os passageiros se aglomeravam para entrar na linha 080 (Terminal Aero Rancho / Terminal General Osório).
Consórcio ‘escapou’ de CPIs
Nos últimos 10 anos, a criação de uma comissão para a investigação do Consórcio Guaicurus — contrato e serviços prestados — foi pautada pelo menos sete vezes na Câmara de Campo Grande. Uma por uma, as tentativas ficaram de lado nos trabalhos legislativos. Assim, as empresas ‘escaparam’ de comissão própria para investigar a situação precária do transporte coletivo na Capital.
No mesmo recorte temporal, o Midiamax noticia séria de reportagens sobre a realidade dos ônibus de transporte público em Campo Grande. Goteiras, superlotação, frota sucateada e falta de acessibilidade estão entre os principais desafios enfrentados pelos usuários do Consórcio Guaicurus.
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