Um mês após paralisação “Breque dos Apps”, iFood anunciou nesta terça-feira (29) mudanças no pacote de contrapartidas oferecido pela plataforma online de entregas. Em Campo Grande, a manifestação reuniu mais de 40 entregadores no dia 31 de março, com resultados que não atendem a categoria, segundo manifestantes.
Sem reajuste há três anos, os motoentregadores daqui aderiram a uma campanha nacional que reivindicava melhores condições de trabalho para a categoria.
Segundo o diretor de impacto social do iFood, Johnny Borges, as medidas são “resultado direto do diálogo com os entregadores”.
No entanto, para o motoentregador Douglas Ximenes, de 28 anos, que organizou o ato realizado em Campo Grande no mês passado, as mudanças são mínimas e não são aprovadas por grupos de todo o Brasil que aderiram ao “Breque dos Apps”.
“Não foi de acordo com o que queríamos, somente mexeram na taxa mínima que aumentou apenas R$ 1,00”, detalha. “Além disso, a mudança só vai valer a partir de 1º de junho. Não mudaram nada”, completa o entregador.
Segundo ele, a empresa também não aumentou o valor pago por km, que se manteve na mesma faixa: R$ 1,50 por quilômetro percorrido.
Reivindicações dos entregadores:
- Aumento da taxa mínima de entrega de R$ 6,50 para R$ 10,00;
- Limite de rota de 3 km para entregadores de bicicleta;
- Reajuste no valor pago por quilômetro percorrido, de R$ 1,50 para R$ 2,50;
- Pagamentos justos por entrega.
Mudanças anunciadas pelo app:
- Aumento da taxa mínima de entrega de R$ 6,50 para R$ 7,50;
- Limite da rota de 4km para entregadores de bicicleta;
- Ampliação do seguro pessoal para os casos mais graves.
Apesar do valor pago por quilômetro percorrido não ter sido alterado, mantido em R$ 1,50, diferente dos R$ 2,50 pedidos pelos motoentregadores, o iFood frisou outra alteração: a ampliação do seguro.
Segundo a empresa, a cobertura diária da DIT (Incapacidade Temporária) foi ampliada, passando de 7 para 30 dias. Além disso, o valor de indenização para casos de morte ou invalidez total foi elevado para R$ 120 mil.
O plano contempla, ainda, reembolso ou cobertura total de despesas médicas e hospitalares em rede credenciada, segundo o iFood, além de auxílio-funeral, apoio emocional e financeiro para as famílias e ajuda com a educação dos filhos até os 18 anos, em situações de falecimento do entregador.
Para as mulheres, são ofertadas coberturas adicionais, incluindo auxílio em casos de diagnóstico de câncer de mama ou útero, auxílio à gestação, licença para cuidados com filhos com problemas de saúde e um valor anual voltado ao bem-estar e autocuidado.
O processo para ativar o seguro pode ser feito pelo entregador ou familiares via aplicativo, site ou pelo telefone 0800 725 2144. Todos os detalhes estão disponíveis no site.
Novas paralisações não são descartadas
O plano agora é acionar parceiros de outros estados para verificar os próximos passos, explica Ximenes. “Vamos entrar em contato com os entregadores de SP. Mas acredito que a situação não vai ficar assim, não”, completa o entregador.
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