Pular para o conteúdo
Cotidiano

Na Capital, ministro Parkison pontua desafios com prazos para obras da Rota Bioceânica

Comércio, turismo, segurança pública, cidadania, saúde, sustentabilidade e infraestrutura estão entre os temas debatidos no evento
Liana Feitosa -
Compartilhar
Seminário Internacional da Rota Bioceânica (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Desde a terça-feira (18), gestores, empresários e investidores do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, assim como outros interessados no Corredor Rodoviário Bioceânico, a Rota Bioceânica, se reúnem em Campo Grande. O objetivo é debater os desafios e oportunidades que emergem da criação do corredor. 

Ao longo do evento intitulado Seminário Internacional da Rota Bioceânica, que encerra nesta quinta-feira (20), temas como comércio e procedimentos de fronteira, segurança pública, cidadania, setor privado, saúde, sustentabilidade, turismo, transporte, logística e infraestrutura são debatidos.

Sobre o corredor

Com 3.320 km de extensão, a Rota Bioceânica vai conectar o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, passando pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

A nova rota encurtará em mais de 9.700 km a rota marítima das exportações brasileiras para a Ásia, o que diminuirá custos logísticos e aumentará a competitividade do comércio internacional. Além disso, vai fomentar e abrir novos caminhos para o turismo nessas regiões.

Desafios de infraestrutura

Um dos painéis centrais foi mediado pelo ministro da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkison de Castro, e também teve a presença de representantes do Paraguai, Argentina e Chile.  

Na ocasião, o ministro expressou que entre suas principais preocupações está a sinergia nos prazos cumpridos pelos países. “No sentido de que exista uma sinergia do cronograma de obras para que, ‘amanhã’, a gente não tenha uma ponte inaugurada e o acesso ainda a ser construído”, pontuou. 

Na visão dele, os funcionários dos governos dos quatro países devem estar “comprometidos e preocupados em assegurar, obviamente, que no final de 2026 o corredor esteja plenamente operacional, de ponta a ponta, sem nenhum obstáculo, sem nenhuma barreira, com tudo realmente funcionando”.

Durante o painel, os representantes dos países que fazem parte da rota informaram sobre o andamento das obras em seus territórios. 

Um dos pontos de destaque refere-se não apenas às informações sobre a infraestrutura de transporte construída até agora, mas também a todos os desafios de urbanização que se impõem sobre um projeto dessa magnitude que passa, inclusive, por várias regiões isoladas. 

Postos de descanso, estruturas de hospedagem e alimentação, distribuição de energia elétrica, centros de distribuição de cargas e estrutura de armazenagem: tudo isso impacta no tema infraestrutura.

Avanço das obras da rota

rota
Rota Bioceânica Capricórnio (Reprodução, Governo Federal)

A estimativa dos governos é que a rota esteja em plena operação até o final de 2026.

Segundo Arnold Wies Durkesen, ex-ministro de Obras Públicas (2018 a 2022) do Paraguai, as obras já estão avançadas, com 275 km asfaltados entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, com uma ponte que conecta ambos territórios sobre o Rio Paraguai.

A ponte está 65% concluída e até 2026 estará pronta. Além disso, ainda de acordo com o porta-voz, será construído um aeroporto em Carmelo Peralta para conectar a região também de forma aérea.

O Paraguai também está desenvolvendo um projeto para se conectar à Bolívia em uma “linha reta” por terra, 300 km ao norte, até chegar ao território boliviano.

Em Mato Grosso do Sul, a Rota tem três frentes que continuam com obras em execução.

  • A ponte binacional Brasil-Paraguai, sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta (PY);
  • O contorno rodoviário para acesso à ponte, na BR-267, em Porto Murtinho;
  • E o asfaltamento de trecho de 225 km na Picada 500, estrada de terra no Chaco paraguaio, que dá seguimento à rodovia brasileira.

Integração ferroviária 

Outros dois pontos foram levantados e debatidos no painel: a integração ferroviária, também possibilitada pelo corredor, e os desafios climáticos e ambientais.

Convidados e ministro Parkison (segundo da direita para a esquerda). (Foto: Liana Feitosa, Midiamax)

“Deve haver todo um esforço por parte dos quatro governos (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile) de descarbonizar o sistema de transporte de cargas e uma das alternativas é a integração ferroviária”, disse o ministro Parkison à imprensa.

Ele menciona os ramais existentes na Bolívia, que tem um sistema ferroviário operacional, a malha existente em Salta e o trecho que opera com destino a Antofagasta. 

“Portanto, os investimentos a serem realizados seriam muito baixos e o impacto e as vantagens de você ter o transporte ferroviário plenamente operacional são enormes, então nós temos que, de fato (considerar isso), mas é um processo que deve envolver os quatro países”, completou o ministro.

Questão ambiental

Durante suas considerações públicas durante o painel, Parkison também pontuou a questão climática apontando a importância de serem feitos investimentos que consideram a emergência climática, uma vez que o transporte terrestre de cargas hoje se dá por meio de veículos pesados movidos a combustíveis fósseis.

“No futuro devemos pensar em caminhões híbridos, a gás, movidos a hidrogênio, enfim. Essa é uma tendência que vai vir por força ou demanda do mercado, e vamos ter que nos adaptar para o transporte de cargas”, finalizou.

Além de Arnold, o painel contou com a presença de Ricardo Varas, representante do Chile, da região de Iquique e de Nicolás Alexis Sivila, representante de Salta, na Argentina.

💬 Fale com os jornalistas do Midiamax

Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?

🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O sigilo é garantido por lei.

✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados