Mutirão levou atendimento para 31 pacientes que estavam na fila de espera do SUS (Sistema único de Saúde), desde 2019, para receber tratamento de polidactilia (pacientes que nascem com dedo extra). A ação aconteceu nesta quinta-feira (28), na USF (Unidade de Saúde da Família) Moreninhas III, em parceria com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e a Fundação Oswaldo Cruz.
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A ação mobilizou atendimentos primários para pacientes de Campo Grande e do interior de Mato Grosso do Sul. Casos de baixa complexidade foram atendidos na hora, já os quadros de alta complexidade receberam encaminhamento para realização de exames de apoio e, posteriormente, tratamento cirúrgico no HU (Hospital Universitário).
Kemily Lopes, mãe de Eduardo Henrique, de 5 anos, comentou estar aliviada por finalmente o filho ter passado pelo procedimento. Ele foi até o mutirão para remover dois dedos extras. “Já estávamos esperando há cinco anos, correndo pra lá e pra cá. Um falava uma coisa, o outro falava outra, mas, graças a Deus, deu tudo certo. Ele queria tirar porque as pessoas falavam, e isso incomodava, ele sofria”.
Amanda Macedo, mãe de Emanuele, de 7 anos, passou pelo atendimento inicial e recebeu encaminhamento para o Hospital Universitário, por se tratar de um caso de maior complexidade. Agora, ela e a mãe aguardam ansiosas pela cirurgia.
“A gente viu que ela tinha nascido com esse dedinho a mais no primeiro banho dela. Fizemos todo um processo de levar ela pro médico. Ela foi diagnosticada que não havia osso, mas foi feito raio X e vimos que tinha sim um ossinho. Eles já deram pra gente uma expectativa grande para poder tirar. Estamos no guardo”.
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Atendimento vai investigar caso por caso
O coordenador da Coreme (Comissão de Residência Médica da Sesau), Tulio Tadeu, ressalta que os atendimentos são voltados à avaliação do ‘dedo extranumerário’, para verificar se ele é articulado, se tem uma vascularização abundante ou até uma articulação óssea.
“Se ele for um caso mais complexo, nós vamos estar reavaliando esse paciente, atualizando os exames deles, principalmente raio X, exames de imagem, e encaminhando para a via hospitalar para uma resolução futura mais próxima. Essa atualização do caso clínico é necessária. O paciente tem que ser avaliado e individualizado. Cada paciente é um caso”, expressa o coordenador.

Condição é genética
Segundo a médica-cirurgiã e coordenadora de regulação da Sesau, Larissa Missirian, a polidactilia é uma condição em que o paciente nasce com um dedo extra. Isso pode ocorrer tanto em uma quanto nas duas mãos e é uma condição genética. Alguns casos são identificados já no pré-natal, outros, somente quando a criança nasce.
Larissa explica que, em alguns casos, é possível resolver por procedimentos simples, na própria unidade de saúde da família, já outros, de maior complexidade, demanda-se encaminhamento cirúrgico.
Os casos de baixa complexidade são aqueles em que o dedo extra é apenas uma cartilagem, sem presença de osso. Nesses casos, os médicos fazem o procedimento de amarrar o pedículo extra para cortá-lo e, então, fazer a sutura. Já em casos onde o pedículo é articulado e tem osso, é necessário acompanhamento ortopédico para realizar o procedimento.
A recuperação é tranquila e demanda apenas a troca de curativos e limpeza local. Em alguns casos, pode ser indicado o uso de analgésicos e antibióticos.
Além disso, a médica reforça que a remoção do dedo extra não é apenas estética, como também funcional, pois melhora a qualidade de vida dos pacientes. “Os pacientes sentem incômodo, muitas vezes encostam esse dedinho em outros locais, têm dificuldade de usar luva, têm algumas limitações. Então não é somente a parte estética, embora ela seja bastante importante, ainda mais para crianças que convivem com outras crianças”, finaliza.
Próximos mutirões
- USF Coophavila 2
- USF Paulo Coelho
- USF Serradinho
- USF Santa Emília

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