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Transparência

Consórcio Guaicurus faturou R$ 1,8 bilhão com concessão em Campo Grande

Nova perícia revelou ainda que os empresários do ônibus lucraram mais de R$ 27 milhões até 2024
Gabriel Maymone -
consórcio
Ônibus em Campo Grande (Henrique Arakaki, Arquivo Midiamax)

Perícia do Ibec Brasil (Instituto Brasileiro de Estudos Científicos LTDA), que custou R$ 272 mil pagos do bolso dos empresários do ônibus, revelou que o teve receita total de R$ 1,8 bilhão de 2013 a dezembro de 2024. Esse é o valor que entrou no caixa das empresas durante o período.

A análise contábil das empresas do de faz parte de processo na Justiça em que o Consórcio Guaicurus pede aumento na chamada tarifa técnica, que é o valor pago pelo município à concessionária. Os empresários do ônibus insistem no valor de R$ 7,79 — atualmente está no valor de R$ 5,95. Esse aumento pode acarretar um reajuste extraordinário do passe de ônibus aos passageiros, que enfrentam superlotação e veículos sucateados diariamente.

O laudo da perícia será fundamental para a Justiça tomar uma decisão sobre o pedido dos empresários do ônibus.

Vale ressaltar que um primeiro laudo já havia derrubado a tese do Consórcio Guaicurus de desequilíbrio econômico, revelando lucro acima do projetado para os seis primeiros anos de concessão e aumento patrimonial, além de diversos descumprimentos contratuais. Um deles, conforme já revelado pelo Jornal Midiamax, é a não contratação de seguro de responsabilidade civil, geral e de veículos, que faz parte do contrato de concessão. Assim, o Consórcio Guaicurus foi multado em R$ 12,2 milhões pelo descumprimento, mas enrola para arcar com o valor.

No entanto, os empresários de ônibus conseguiram autorização judicial para uma nova perícia. Para isso, bancaram do próprio bolso R$ 272 mil.

Assim, relatório do Ibec mostra que, conforme os documentos do Consórcio Guaicurus, as empresas de ônibus tiveram receita total de R$ 1.822.882.798,23 de 2013 a 2024. Ou seja, esse é todo o dinheiro que entrou para o caixa da concessionária.

Ainda, o levantamento apontou que, apesar da queda da receita durante a pandemia, o Consórcio Guaicurus conseguiu manter lucro líquido, ou seja, pagar todas as despesas e ainda sobrar dinheiro em caixa.

O valor do lucro líquido do Consórcio Guaicurus de 2013 a 2024 foi de R$ 27.283.132,78.

Ou seja, apesar de ter milhões em caixa, as empresas de ônibus insistem em manter veículos velhos nas ruas. Recentemente, a prefeitura de Campo Grande mandou o Consórcio Guaicurus tirar 98 ônibus sucateados de circulação e substituir por novos.

A frota sucateada é alvo de CPI na Câmara Municipal de Campo Grande.

Leia também – Transporte público em crise: má conservação e falta de ônibus lideram reclamações contra Consórcio

Consórcio Guaicurus briga na Justiça por mais dinheiro público

Superlotação é situação diária na rotina dos passageiros do Consórcio Guaicurus (Fala Povo, Jornal Midiamax)

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Os empresários de ônibus de Campo Grande são o verdadeiro exemplo do ‘mau negócio’ que rende milhõesNa verdade, bilhões.

Vale ressaltar que o Consórcio Guaicurus será beneficiado com cerca de R$ 64 milhões somente este ano entre subsídios e isenção fiscal do ISS (Imposto Sobre Serviço).

Apesar de ter o apoio do presidente da Câmara, Epaminondas Neto, o Papy (), para conseguir mais dinheiro público através de subsídios, o Consórcio Guaicurus move série de processos na Justiça para obter valores estratosféricos.

Enquanto banca time de advogados para tentar se livrar de indenizações a passageiros que se machucam em ônibus e tentar obter ‘no tapetão’ mais recursos públicos, o Consórcio Guaicurus mantém frota sucateada nas ruas.

Neste mesmo processo judicial em que conseguiram ‘na marra’ aumentar o reajuste na tarifa para R$ 4,95 sem apresentar melhorias à população, os empresários do ônibus também solicitaram alguma outra forma para ‘compensar’ alegado déficit de operações.

Apresentar plano escrito indicando as providências destinadas ao afastamento do déficit tarifário, mantendo-se o sistema sustentável, definindo-se, no citado plano, se para fins de eliminação do déficit, haverá aportes de subsídios complementares e/ou outras formas de financiamento, bem quaisquer outros meios alternativos motivados de solução, aptos a restabelecer o equilíbrio das receitas e despesas da operação dos serviços de transporte”, diz trecho do pedido à Justiça.

No entanto, o pedido ainda não foi analisado. Isso porque após a prefeitura comprovar ter cumprido a ordem de reajustar a tarifa, o juiz Marcelo Andrade Campos Silva suspendeu o processo. O magistrado aguarda perícia contábil que vai mostrar a situação financeira da concessionária para instruir o processo.

Agora, com o laudo apresentado no processo, o juiz deve analisar os dados e emitir uma decisão.

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