Familiares de Alessandra da Silva Arruda, de 30 anos, esfaqueada na manhã deste sábado (29) em Nioaque, a 180 quilômetros da Capital, pelo namorado, não acreditam na versão concedida pelo acusado do crime à polícia.
O autor do feminicídio disse em depoimento, após ser preso, que a discussão começou por causa de dinheiro, no entanto, o irmão da vítima, Alexandre da Silva Arruda, acredita em outras motivações.
“Ele (autor) está com outras versões (para o crime), né? Infelizmente morto não fala, então não tem a versão dela (vítima), tem a versão dele só”, afirma Alexandre.
Ele conversou com o Jornal Midiamax na manhã deste domingo (30), em Campo Grande.
Relato de vizinhos
“O pessoal da cidade (Nioaque) disse que ele tinha ciúmes possessivo. Ela tinha dito que ia vir para Campo Grande para marcar um exame para o nenenzinho dela. Às 6h da manhã ela ligou para a babá da criança dizendo que ia marcar o exame, e às 9h aconteceu o que aconteceu. Provavelmente ele não queria deixar ela vir e acabou cometendo isso”, detalha o irmão de Alessandra.
Ainda de acordo com Alexandre, a quantidade de facadas também aponta para um comportamento possessivo do autor do crime.
“Ele falou que foram 2 facadas, mas a gente descobriu que foram 7. Ninguém dá 7 facadas para se defender, e nas costas ainda? Quatro facadas nas costas, provavelmente quando ela estava correndo”, completou o irmão de Alessandra.
“Era uma pessoa boa, tinha os defeitos como todo mundo, mas era uma pessoa tranquila”, finalizou Alexandre.
O homem apontado como autor do feminicídio disse à polícia que estava em um relacionamento com Alessandra há 20 dias.
Ele prestou depoimento ainda na tarde de sábado, dia do crime. O autor se apresentou à polícia na presença de um advogado.
Segundo o delegado Diego Sátira, o acusado “alugou uma residência recentemente, após ter se separado de sua ex-esposa, e então Alessandra foi residir com ele”, disse ao Jornal Midiamax.
Versão do acusado
Ainda no depoimento, o homem contou que Alessandra saiu de casa a noite enquanto ele permaneceu dormindo e que ela chegou de madrugada transtornada e passou a lhe exigir dinheiro.
Ele negou dar valores a ela e então passaram a discutir. Em certo momento, conforme o relato dele, ela teria pegado uma faca e foi para cima dele, quando começaram a se agredir e ele conseguiu pegar a faca dela, desferindo os golpes que a mataram.
O autor não tem passagens pela polícia. Durante a manhã, o homem teria ligado para a PM (Polícia Militar) para informar que havia esfaqueado a vítima. No local, os policiais encontraram Alessandra já sem vida, com aproximadamente cinco perfurações de faca pelo corpo.
Vizinhos relataram que o crime ocorreu após um desentendimento entre os dois. A vítima foi atingida no tórax e na barriga.
Alessandra deixou três filhos menores de idade, de 1 ano, 4 e 14 anos. O mais velho mora com o pai e os mais novos estão com babás, mas também serão encaminhados aos genitores.
Feminicídios registrados em MS em 2025
Este é o 7° feminicídio de 2025, em Mato Grosso do Sul. As vítimas têm diversos perfis e diferentes idades.
- Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
- Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
- Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
- Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
- Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
- Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
- Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
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