A cada temporal, a cena se repete, ruas alagadas, carros submersos, casas invadidas pela enxurrada e moradores contando os prejuízos. Em Campo Grande, há locais onde a chuva deixa de ser apenas um fenômeno natural e se torna um reflexo da falta de infraestrutura, com enchentes que, após anos sem solução, já se tornaram parte do cotidiano da Capital.
Um relatório elaborado em 2019 pelo Ministério de Minas e Energia aponta que Campo Grande possui quatro áreas críticas para a ocorrência de inundações, além disso, há regiões com deficiência na drenagem pluvial e residências construídas abaixo do nível da rua, o que propicia inundações.
Entre os principais pontos vulneráveis da Capital estão a Avenida Ernesto Geisel, no cruzamento com a Avenida Euler de Azevedo e Rachid Neder, no bairro São Francisco; a Avenida Rádio Maia, na Vila Popular; a Avenida Capibaribe; e as ruas Elenir Amaral e Sagarana, além da Avenida José Barbosa Rodrigues, no bairro Zé Pereira. Conforme o relatório, esses últimos locais são afetados pelo Córrego Imbirussu.
O documento destaca ainda que a topografia de Campo Grande favorece os processos de inundação, devido à baixa declividade e à grande quantidade de córregos que cortam a área urbana.
Avenida Ernesto Geisel
Entre os pontos mais críticos estão os trechos que ligam a Avenida Ernesto Geisel às avenidas Euler de Azevedo e Rachid Neder, no bairro São Francisco e Monte Castelo, respectivamente.
Na Avenida Rachid Neder, sempre que chove há registros de carros submersos. Em 2023, o Córrego Segredo transbordou, deixando veículos ilhados, e um deles chegou a ser arrastado pela enxurrada. Situação semelhante já havia ocorrido em anos anteriores.
O relatório do Ministério de Minas e Energia cita que, em fevereiro de 2019, uma inundação no local exigiu o resgate de uma pessoa pelo Corpo de Bombeiros após ter o veículo atingido pelas águas do Córrego Prosa.
Outro ponto crítico são as avenidas Presidente Ernesto Geisel e Nelly Martins. Durante chuvas intensas, os córregos Cascudo e Prosa transbordam, alagando as vias marginais. A tubulação de drenagem é insuficiente para a demanda, o que, de acordo com o relatório, agrava os transtornos.
Avenida Guaicurus

Área conhecida pelos constantes alagamentos, em mais um ano seguido a Avenida Guaicurus registrou estragos durante a forte chuva desta semana. Na terça-feira (18), um motociclista e um morador precisaram de resgate do Corpo de Bombeiros após a correnteza os arrastar, um carro também ficou completamente submerso.
Devido à enxurrada d’água que atravessa a avenida, motoristas enfrentam um congestionamento. Assim, sem ter como atravessarem a avenida, muitos tiveram que fazer o retorno pela contramão.
Lago do Amor

Na região da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o Lago do Amor também sofreu impactos severos. Na última terça-feira (18), a calçada e parte da via, conhecida como passarela do Lago, cederam, abrindo uma enorme cratera.
Vale lembrar que o local passou por reformas emergenciais após um desabamento ocorrido em janeiro de 2023. A obra, que custou R$ 3,8 milhões, apresentou problemas estruturais 30 dias após a entrega.
Avenida Rádio Maia

Na região do Aeroporto de Campo Grande, diversos pontos apresentam risco de alagamento, sendo o principal deles a Avenida Rádio Maia, na Vila Popular. Muitas casas foram construídas em uma área baixa e plana, e o nível da água já chegou a quase um metro de altura em algumas ocasiões.
Em 2023, o Córrego Imbirussu transbordou, alagando completamente a via. Em anos anteriores, mais de 20 famílias ficaram desabrigadas durante o período chuvoso.
Nesses locais, as inundações ocorrem devido à cheia do Córrego Imbirussu, agravada pelo assoreamento, que fez com que o leito do córrego ficasse praticamente no mesmo nível da avenida, facilitando o transbordamento. A Avenida José Barbosa Rodrigues, que liga a Avenida Euler de Azevedo à Avenida Duque de Caxias, também sofre com esse problema.
Próximo dali, o relatório do Ministério de Minas e Energia aponta a Avenida Capibaribe como outro ponto crítico para inundações. O documento menciona ainda que a tubulação de drenagem do Córrego Imbirussu é insuficiente para escoar o volume de água durante temporais, e o acúmulo de lixo agrava a situação. Assim, solução seria a implantação de um sistema de drenagem adequado.
Zé Pereira

Outro ponto afetado é a Rua Elenir Amaral, entre a Rua Sagarana e a Avenida José Barbosa Rodrigues, no bairro Zé Pereira. Na terça-feira (18), parte do asfalto cedeu, abrindo uma cratera no meio da Rua Sagarana, às margens do Córrego Imbirussu.
Conforme o relatório do MME, nessa região, além do nível baixo das casas, há problemas na rede de captação de esgoto devido a ligações clandestinas.
Além disso, o documento destaca outros bairros com risco de alagamentos que carecem de monitoramento, incluindo Santo Antônio, Jardim Imá e Coophatrabalho.
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