Em Mato Grosso do Sul, atualmente, 12.980 pessoas aguardam um pedaço de terra destinado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
O Estado não registra a criação de novos assentamentos rurais efetivos ao menos desde o início do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, gerando expectativa em centenas de famílias.
Recentemente, representando mais de 2.800 dessas famílias acampadas, uma comitiva da Femams (Frente dos Movimentos Agrários do MS) foi a Brasília em busca de respostas e, principalmente, ações concretas do Governo Federal.
A comitiva se reuniu com representantes do Incra nacional, do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e da Câmara de Conciliação Agrária, além de movimentos sociais de outros 19 estados.
Uma das cidades de MS onde famílias buscam respostas é Bonito, cidade turística a 260 km de Campo Grande.
Busca das famílias
No município, o presidente da AFBLA (Associação das Famílias Bonitenses pela Luta da Reforma Agrária), Nei Sanches, afirma que a maioria dos acampados nasceu e cresceu no campo, tem profundo conhecimento de agricultura familiar e deseja produzir alimentos e gerar renda de forma sustentável.
“Nosso povo não está pedindo favor, está reivindicando direito. Sabemos que há grandes áreas de devedores da União em nossa região, com terra parada, enquanto famílias dormem debaixo de lona. Reforma agrária não é caridade — é justiça social e desenvolvimento local”, reforça Nei.
Entre as áreas mais polêmicas está a Fazenda Aruanã/Mutum, com aproximadamente 2.053 hectares, segundo dados do SIGEF (Sistema de Gestão Fundiária do Incra).
O Incra alega que estudos preliminares indicaram baixa viabilidade para implantação de projetos de assentamento nos latifúndios da seita coreana devido, sobretudo, ao “solo ruim”. Mesmo assim, não descarta novas análises das terras.
Somado a tudo isso está o medo dos acampados e suas famílias, que aumenta diante do fato de que mais um ano eleitoral se aproxima. “Todo mundo some nessa hora. O que não fizeram até agora, não vão fazer depois. É tudo discurso”, comenta uma liderança da Femams.
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