Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS
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Mais uma decisão do presidente dos Estados Unidos vai afetar Mato Grosso do Sul. Donald Trump decidiu taxar a importação de aço em 25%, como forma de incentivar a produção interna e barrar produtos de outros países. Acontece que só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os Estados Unidos.
Os dados da balança comercial disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços mostram que os Estados Unidos são um importante parceiro comercial de Mato Grosso do Sul em relação ao ferro fundido, conhecido como ferro-gusa.
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Ainda não se sabe se o ferro-gusa será incluído na taxação de Trump. A Siderúrgica Vetorial disse ao Jornal Midiamax que ainda é cedo para alguma manifestação, por não saber detalhes da decisão dos Estados Unidos.
“Por enquanto, a tarifa é sobre o aço pronto e semi-manufaturado (placa/tarugo). A Vetorial produz ferro-gusa para exportação nas plantas siderúrgicas de Corumbá e Ribas do Rio Pardo”, disse a nota enviada pela Vetorial ao Jornal Midiamax.
Relação comercial com os Estados Unidos
Em 2024, as exportações de Minério de Ferro representaram 2,5% da balança comercial de Mato Grosso do Sul. Foram exportadas 3,5 milhões de toneladas de minério no ano passado, queda de 29,8% em relação a 2023, quando o produto representava 3,4% da balança comercial estadual.
Além disso, os Estados Unidos fecharam 2024 como o segundo principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, sendo responsável pelo consumo de 6,7% da produção estadual. Só no ano passado, a participação do país na balança comercial estadual cresceu 28,3%.
Em relação ao minério de ferro e ao aço, além dos Estados Unidos, Argentina, Bolívia, Paraguai e Holanda são importantes compradores de Mato Grosso do Sul. Mas em relação ao ferro-gusa, Estados Unidos é o principal parceiro.
Só em 2024, foram 284 mil toneladas de ferro-gusa exportadas para os Estados Unidos, que renderam 123 milhões de dólares ao Estado. Mas esse número já foi maior, em 2022 foram 171 milhões de dólares arrecadados com a venda de ferro fundido para os Estados Unidos.
Decisão surpreende o setor
Em nota, o Instituto Aço Brasil afirma que recebeu com surpresa a decisão do governo dos Estados Unidos, que derruba acordo firmado com o Brasil no primeiro mandato do presidente Donald Trump, em 2018, para importação do aço brasileiro.
Naquela ocasião, os governos de Estados Unidos e Brasil negociaram o estabelecimento de cotas de exportação para o mercado norte-americano de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados/placas e 687 mil toneladas de laminados. Tal medida flexibilizou decisão anterior do Presidente Donald Trump que havia estabelecido alíquota de importação de aço para 25%.
Na nota, o Instituto destaca que a negociação de 2018 atendeu interesse do Brasil em preservar acesso ao seu principal mercado externo de aço, mas também o interesse da indústria de aço norte-americana, demandante de placas brasileiras.
Os Estados Unidos importaram, no ano passado, 5,6 milhões de toneladas de placas por não dispor de oferta suficiente para a demanda do produto em seu mercado interno, das quais 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil. As exportações brasileiras de produtos de aço para os Estados Unidos cumpriram integralmente as condições estabelecidas no regime de “hard quota”, não ultrapassando, em momento algum, os volumes estabelecidos tanto para semiacabados como para produtos laminados.
Canetadas de Trump prejudicam MS
A taxação do aço é a terceira decisão de Donald Trump que impacta Mato Grosso do Sul. A suspensão do financiamento para programas de combate ao HIV em outros países resultou na interrupção de um dos principais programas de enfrentamento ao HIV e Aids em Campo Grande.
O programa ‘A Hora é Agora’, que oferecia testagem e atendimento a pacientes, recebia financiamento do Pepfar (Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da AIDS) por meio de uma parceria entre a Fiocruz e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. A iniciativa integrava as metas globais de enfrentamento à epidemia de HIV/Aids, estabelecidas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids.
Depois disso, Trump decidiu suspender a parceria que os Estados Unidos tinham com o Brasil para Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios. Intercâmbio para conhecimento eram realizadas entre as equipes do Ibama e Prevfogo e Mato Grosso do Sul ainda pode ser afetado.
O programa é executado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos, com formação de brigadistas brasileiros com capacitação técnica desde 2021.
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