No ano em que Mato Grosso do Sul registrou média de um feminicídio a cada dez dias, o Dia Internacional da Mulher, neste sábado (8), reforça que a morte delas por questões de gênero não é uma questão superada, mesmo diante de avanços em políticas públicas e espaços de poder.
Campo Grande concentra mais de um terço dos casos de violência doméstica de Mato Grosso do Sul em 2025, segundo o Monitor Da Violência Contra a Mulher. Foram registrados 3.801 casos em todo Estado, sendo 1.411 apenas em Campo Grande, entre janeiro a março deste ano.
No centro da Capital, políticas se mobilizam para cobrar ações e promover conscientização sobre a violência contra a mulher. No cruzamento da Rua 14 de Julho com a Afonso Pena, a vereadora Luiza Ribeiro (PT) cobra a criação da Secretaria Estadual da Mulher.
Ainda na principal avenida da cidade, uma quadra acima, no cruzamento com a Rua 13 de Maio, a ex-vice governadora, Rose Modesto (União Brasil), promove uma blitz educativa parando os motoristas. São entregues panfletos que discutem o feminicídio e agressão contra a mulher. As pessoas, especialmente os homens, são convidados a debater o assunto.
A ex-superintendente da Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) explica que a ideia é fomentar a discussão em diferentes espaços, seja em casa, na igreja ou escola. A campanha, que iniciou na região central neste Dia Internacional da Mulher, deve ser levada para os bairros nos próximos meses.

“Não tolere nenhum tipo de violência. Fale, grite, não subestime o agressor. Não importa qual é o grau de aproximação que você já teve ou tem com essa pessoa. Se você percebeu algum nível de violência, se afaste, peça ajuda, não subestime, não desacredite, porque infelizmente nós estamos vendo aí que as seis vítimas que perderam as suas vidas, todas elas, em algum momento, desacreditaram que aquela pessoa era capaz de tirar a vida daquela mulher”, lamenta.
O irmão de Rose Modesto e deputado estadual, Rinaldo Modesto (União Brasil), também participou da blitz educativa. Ele foi o autor da proposta de criação da sala lilás nas delegadas de atendimento à mulher em todo Estado e para ser incluído na grade curricular do ensino público noções básicas da lei Maria da Penha.
“Para que as nossas crianças sejam cada vez mais conscientes de que você tem que respeitar as pessoas na sua individualidade, que a mulher jamais poderá ser ofendida moralmente e fisicamente. Eu vejo que nós temos que colocar na cabeça desse aluno esse sentimento de solidariedade e de respeito”, aponta.
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