Moradores da região do Chácara dos Poderes estão cansados de enfrentar dificuldades para sair ou chegar em casa devido às péssimas condições das vias. O problema é recorrente, mesmo a Prefeitura de Campo Grande mantendo contrato de R$ 6.928.237,03 de manutenção com a empreiteira André L. dos Santos LTDA, do empreiteiro André Luiz dos Santos, o Patrola, que foi denunciado pelo Ministério Público por corrupção em contratos de obras durante a gestão de Marquinhos Trad, no contexto da Operação Cascalhos de Areia.
A empresa é responsável pela manutenção de vias não pavimentadas em seis das sete regiões de Campo Grande, sendo Anhanduizinho, Bandeira, Imbirussu, Lagoa, Prosa e Segredo. O contrato, celebrado em fevereiro deste ano, vigora até fevereiro de 2026 e já pagou cerca de R$ 600 mil aos cofres da empresa de Patrola, conforme informações oficiais do Portal da Transparência do município.
Porém, na segunda-feira (2), o Jornal Midiamax divulgou que, mais de um mês depois das tempestades que causaram estragos no Chácara dos Poderes, imagens aéreas mostram que as vias seguem cheias de crateras. Nesta terça-feira (3), máquinas e trabalhadores da empreiteira atuavam no local.
O problema das vias é tão grande, que em poucas horas foram utilizados 10 caminhões de terra para tapar as crateras. Funcionários disseram que vão aterrar, compactar e cascalhar as vias do Chácara dos Poderes.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) afirma que, desde a semana passada, retomou os serviços de manutenção viária no bairro Chácara dos Poderes. As intervenções estão sendo realizadas em diversos trechos da Estrada NE.
Patrola é denunciado por corrupção

A primeira fase da Operação Cascalhos de Areia reuniu indícios que apontam para suposta rede de empreiteiras nas mãos de laranjas, a princípio comandadas por Patrola.
Assim, Patrola e outros empreiteiros foram denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por desvios em contratos de cascalhamento e locação de máquinas que ultrapassam R$ 300 milhões, segundo investigações. A maioria dos contratos foi firmada durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad.
A denúncia foi feita mês passado pelo MPMS e aguarda análise do juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande. Também figuram entre os denunciados o ex-secretário de obras da Prefeitura de Campo Grande, Rudi Fioresi, empreiteiros, supostos laranjas da organização criminosa e servidores.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, no total, 12 pessoas foram denunciadas por crimes como peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.
André Luiz dos Santos seria o operador do esquema de ‘laranjas’ para comprar as empresas e, assim, vencer todas as licitações de cascalhamento em Campo Grande. Trata-se de contratos difíceis de aferir a comprovação dos serviços.
Todas as empreiteiras têm contratos desde 2017 na Prefeitura de Campo Grande, ou seja, durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad. Os servidores alvos da investigação também foram nomeados pelo ex-prefeito.
À reportagem do Jornal Midiamax, Marquinhos disse que “todos os contratos de responsabilidade do gestor foram feitos e aprovados pela Procuradoria-Geral do município e controladoria de transparência. Não fiz e não faço parte dessa relação processual”. Além disso, negou ter praticado qualquer ato ilegal: “Todos os meus atos foram proclamados pelo MP como lícitos e legais”.
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