A manhã deste domingo (1º) começou com o ritmo das patas, o tilintar das esporas e o cheiro de comitiva tomando conta da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande.
A tradicional Cavalgada do Circuito de Laço Comprido levou centenas de cavaleiros, amazonas e até touros aos altos da avenida, numa celebração viva da cultura pantaneira e da rotina do homem do campo.
O evento, que integra a abertura oficial do Brasileirão do Laço Comprido, reuniu famílias, crianças e apaixonados pela lida rural ao longo do trajeto entre a Vila Morena (antiga Cidade do Natal) e a praça do Rádio.
Com apoio da Prefeitura de Campo Grande e do Governo do Estado, o desfile reuniu cerca de 300 participantes montados e contou com reforço da Cavalaria da Polícia Militar para garantir a segurança. A presença de bois e cavalos encantou especialmente o público infantil.

“A expectativa é de mais de 100 cavalos, ainda tem caminhões para descarregar. Vieram comitivas de Camapuã e de Figueirão”, contou Suellen Rocha, organizadora do Laço Feminino.
Mais do que tradição, o evento é também sustento e símbolo de pertencimento. “O laço comprido movimenta a equideocultura e fortalece a cultura sul-mato-grossense. O sul-mato-grossense, por essência, é do agro. O laço é cultura regional, é trabalho de muitas famílias que tiram dali o sustento”, reforçou Suellen.
O desfile não foi apenas um espetáculo visual, mas também um manifesto de resistência cultural. Para Ariovaldo Alves Pereira, o Chocolate, idealizador do projeto social Boi de Sela, a cavalgada foi oportunidade para destacar o impacto na inclusão.
“Essa cavalgada é muito importante para a gente divulgar o projeto, que nasceu em 1994. Hoje atendemos 36 crianças que aprendem a lidar com os animais com carinho. Temos duas crianças especiais que já não precisam mais de medicação, isso é muito importante para elas e para o projeto”, destacou.
Para o diretor do CLC e organizador da cavalgada, Abeldes Júnior, o Pitiço, o desfile é um resgate da identidade campo-grandense. “A cavalgada mostra o dia a dia do homem do campo, o uso do cavalo, o contato com a família, os amigos, a roda de tererê, o churrasco… É cultura e tradição. E a cavalgada chegou aqui com José Antonio Pereira, isso também resgata a história da nossa cidade”, afirmou.

Bênção de gratidão
Os animais e cavaleiros receberam uma bênção especial, conduzida pelo padre Paulo Vital, da Paróquia Nossa Senhora da Abadia, que destaca o costume como forma de agradecimento àquilo que serve ao homem. “Afinal, Deus criou todas as coisas boas e colocou a serviço da humanidade. A bênção é agradecimento, principalmente pelos animais e pela natureza, e também um pedido de proteção para os cavaleiros e para essa atividade que é esportiva, mas também laboral. Pedimos contra pestes, serpentes e todos os males que atrapalham o trabalho rural”, explicou o padre.
Segundo ele, a presença da igreja já faz parte da tradição. “É a segunda vez que participamos. Está atrelado também à nossa festa da Paróquia da Abadia. A imagem da padroeira chegou em 1912 em cima de carros de boi. Por isso, está se formando essa tradição de pedir bênção para essa atividade do campo dentro da cidade, como uma grande festa”, destacou.
Após o trajeto, os cavaleiros serão recepcionados com almoço típico e roda de viola. A programação do Brasileirão do Laço Comprido segue até 8 de junho no Parque do Peão do CLC, com entrada gratuita. Entre os destaques, shows de Fred & Fabrício (31/5) e João Bosco & Vinícius (5/6). A entrada para os dias de competição já está à venda.






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