“Tinha medo de derrubarem minha casa”, o relato é da moradora Eliane Canhete, de 55 anos, que, após seis anos vivendo em um barraco de três peças no bairro Homex, recebeu na manhã desta quarta-feira (31) a documentação da regularização fundiária.

A cerimônia aconteceu na Escola Municipal Maria Regina de Vasconcelos Galvão, no Jardim Centro Oeste, em Campo Grande. O diretor da Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), Claudio Marques, diz que foram entregues 50 novos contratos para moradores.

“Na primeira fase foram entregues 120 e vamos entregar até dezembro, vamos liberando outras áreas. São 1,5 mil famílias. Na primeira fase foram entregues para moradores de áreas mais precárias. Os terrenos já estão com água e luz regularizados. Agora, esses moradores podem investir dentro dos lotes, construir, pois ninguém vai tirar a terra deles. Campo Grande nunca teve mais de 700 famílias regularizadas. É uma mentira que a Capital teve um período sem favelas. Entregamos regularização para famílias que estavam há 15, 30 anos esperando, vivendo na irregularidade”.

(Nathalia Alcântara, Midiamax)

Cada família pagará a mensalidade em até 300 parcelas, com valores de até 10% de um salário mínimo. Eliane, relembra que a sobrevivência na comunidade foi marcada por medo e “gambiarras” como alternativas para ter acesso a saneamento básico.

“Não tinha luz e nem água. Uma hora estávamos bem e em outra cortavam nossa luz ou água. Sofremos muito, mas, graças a Deus, a situação foi regularizada. O melhor sentimento é o de ter o contrato na mão e poder construir. Antes de ir para o barraco, eu pagava R$ 300 de aluguel e não tinha mais condições”, descreve.

(Nathalia Alcântara, Midiamax)