Outono, temperaturas em queda e tempo seco formam o cenário perfeito para aumento das síndromes respiratórias e as são o principal alvo das doenças. Na segunda-feira (22), as unidades de saúde de lotaram de pessoas com sintomas respiratórios em busca de atendimento, acendendo alerta para período crítico.

De acordo com a Sesau (Secretaria de Saúde) de Campo Grande, foram atendidas 4 mil pessoas em unidades de saúde na segunda-feira (22), número 4 vezes maior que o habitual – que é de 1 mil atendimentos por dia. O aumento expressivo é reflexo das condições climáticas aliadas à proliferação dos respiratórios.

Painel de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) da Sesau mostra que, entre março e abril de 2024, foram registrados até agora 155 casos de SRAG em crianças menores de um ano e outros 121 casos em crianças de 1 a 4 anos. O número de casos reduz drasticamente em pessoas de 10 anos para cima, o que mostra a influência das doenças em crianças.

O aumento de sintomas respiratórios em crianças e idosos com a chegada do outono é sazonal e segue em alta até julho. Porém, a vacinação contra a influenza pode auxiliar a evitar principalmente a evolução para casos mais graves.

Vacinação contra a gripe abaixo do esperado

Em razão do aumento da circulação de vírus respiratórios no país, a imunização contra a gripe foi liberada ainda em março, para o público-alvo. Porém, apesar de disponível em todas as unidades de saúde de Campo Grande e com plantão aos finais de semana, a imunização está abaixo do esperado.

Até a semana passada, foram imunizadas 41 mil pessoas contra a gripe em Campo Grande. O número ainda é muito baixo, já que expectativa é vacinar ao menos 90% do público prioritário, o que corresponde a 300 mil pessoas.

Inicialmente, a campanha que começou no dia 21 de março deve ocorrer até o dia 31 de maio, conforme cronograma do Ministério da Saúde.

Circulação de ar ajuda a evitar contaminações

“Como bom sul-mato-grossense, nós somos um pouco friorentos, né? Caiu um pouco a temperatura, a tendência é que as lojas diminuam a ventilação, fechem janelas… Então, os ambientes ficam mais fechados e o vírus circula por muito mais tempo. Não só vírus, mas também poeira, bactérias… Fica muito mais fácil a pessoa ter uma infecção nesse período do ano”, afirma o Miguel Moraes.

De forma geral, portanto, todos estes cuidados são necessários, sobretudo a grupos de risco, tais como crianças, idosos, gestantes, imunodeprimidos, pacientes com doença autoimune, entre outros – acometidos por estas doenças em suas formas mais graves.

Com a pandemia da Covid-19, muitos hábitos de higiene foram incorporados à rotina da maioria das pessoas, que também são úteis no combate a outras doenças infecciosas.

“Os cuidados que a Covid trouxe são importantes, principalmente o hábito de lavar as mãos, de não levar as mãos ao rosto, o que chamamos de etiqueta ao espirrar. Além da utilização de máscara, que é interessante em caso de sintomas de resfriado, pois assim a pessoa elimina menos gotículas e muito menos vírus”, disse o médico.