Símbolo da vida pantaneira, fumaça de incêndios cobre ninho de tuiuiú em área devastada

Equipes monitoram pontos atingidos pelo fogo e animais feridos

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Ninho de tuiuiú coberto de fumaça (Divulgação, Governo do Estado)

A intensa fumaça cobre o símbolo da vida, em mais um ponto atingido pelos incêndios. Um ninho de tuiuiú resiste ao ar carregado de fuligem cinza. Nesta terça-feira (25), o Governo do Estado informou que a árvore com o ninho foi avistada por uma equipe do Corpo de Bombeiros enquanto estava embarcado no Rio Paraguai, em Corumbá.

O Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal) mapeia os locais atingidos pelo fogo, na busca por animais feridos ou debilitados que precisem de atendimento veterinário. Uma onça foi filmada caminhando em uma área queimada.

“Desde quinta-feira, quando chegaram à Corumbá fazendo um ‘pente fino’ pela Estrada Parque, as equipes de biólogos, veterinários e técnicos do grupo já passaram por várias áreas, incluindo Paraguai-Mirim. Encontraram alguns animais mortos e muitas espécies vivas também como veados, jacarés e aves, principalmente nos pontos onde existem recursos hídricos”, destaca.

Rastro de animais mortos

Assim como o ninho de tuiuiú foi avistado, estão sendo utilizados equipamentos tecnológicos, incluindo drones, além de veículos de locomoção, como o carro, barco, triciclos e a pé.

“Realmente o fogo está intenso, mas nas áreas onde foram trabalhados aceiros e coisas do tipo, os animais estão dando conta de fugir. Perto de 2020 não dá nem para se comparar, ao menos por enquanto. O número de animais atingidos de forma direta ainda é bem inferior”, detalha a bióloga e médica veterinária Paula Helena Santa Rita, coordenadora operacional do grupo.

Outro destaque no informativo foi a identificação da presença de urubus, que indicava a possibilidade de carcaças de animais. Foram registradas muitas pegadas sinalizando a fuga de animais. “Se não fossem essas águas, vazantes, baías, curixos, nada iria conseguir sobreviver a esse fogo”, conta a médica veterinária Franciele Oliveira.

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Rã parecia abatida em meio ao cenário de destruição (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Sofrimento e desolação

A equipe do Jornal Midiamax percorreu trechos que foram devastados. O cenário de desolação encontrado sequer tinha sido tocado pelo fogo, mas já sentia as fortes consequências de um foco de incêndio próximo dali.

Os movimentos lentos na terra e o olhar cansado da pequena rã era de quem já estava entregue à própria sorte e não poderia contar nem com a Mãe Natureza, que parecia já ter deixado aquele local no Pantanal há tempos.

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Equipe da Gretap (Divulgação)

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