Assistentes de educação infantil de Campo Grande cruzaram os braços na terça-feira (5) e agora avaliam entrar em greve. Mesmo com o protesto em frente à prefeitura, não houve diálogo com o município, que, assim, não ofereceu proposta alguma à categoria.

As assistentes protestaram contra a falta de profissionais atuando nas unidades e os baixos salários. Há relatos de rotina caótica com até 26 alunos em sala de aula, com apenas duas assistentes de educação infantil para atender as crianças.

No fim da tarde de terça-feira (5), o titular da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Lucas Henrique Bitencourt, cancelou agenda que teria com as assistentes. A reunião não foi remarcada até o momento.

Em paralelo ao protesto, a prefeitura publicou o edital n° 06/2024-01, com processo seletivo para assistentes de educação infantil. A seleção oferece 1.578 vagas e remuneração de R$ 1,9 mil, valor acima do que elas recebem atualmente, que é de R$ 1,5 mil.

Em nota ao Jornal Midiamax, a prefeitura de Campo Grande disse que publicou o aumento do salário da categoria. Porém, não esclareceu se as assistentes precisam participar dessa seleção, nem se as vagas abertas atendem às necessidades de todas as Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) e nem se haverá reajuste salarial para as trabalhadoras.

Protesto em frente à prefeitura

“Um caos”, é o que afirma assistente de educação infantil de Campo Grande sobre a rotina dentro das Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil). Dezenas de profissionais paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (5) e se reuniram em frente à prefeitura municipal.

Apesar do movimento organizado das assistentes que cruzaram os braços na manhã da terça-feira (5), elas não sabem informar quantas unidades foram fechadas e nem quantas profissionais pararam as atividades. “A realidade é nós fazendo o trabalho de várias pessoas ao mesmo tempo, porque falta muito funcionário para atuar”, afirma outra assistente.

Uma das reivindicações das profissionais é por melhores salários, já que a remuneração das assistentes é de cerca de R$ 1,5 mil. Em manifestação, as profissionais afirmam que precisam de aumento salarial e querem ser ouvidas pela prefeitura para a elaboração de um novo edital.

“Me sinto humilhada, porque cuidamos de até 26 crianças por sala de aula e o salário não dá para nada. Ainda preciso fazer trabalhos por fora para conseguir uma renda melhor”, diz outra assistente. Na Emei localizada na Antônio Maria Coelho há um déficit de 8 profissionais, conforme as assistentes.