Saúde de MS usou 75% de recursos federais para cirurgias eletivas em 2023

Relatório do Ministério da Saúde revela que Estado é o 2º pior do Brasil na execução de cirurgias eletivas, mas Governo rebate que dados estão desatualizados

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Cirurgias eletivas feias no HRMS (Foto: Divulgação, HRMS)

Dos R$ 2,8 milhões repassados pelo Governo Federal no ano de 2023 para Mato Grosso do Sul realizar cirurgias eletivas, 75% foram utilizados pelo Estado. Segundo pior colocado em relatório nacional do Ministério da Saúde que detalha execução de procedimentos eletivos, Mato Grosso do Sul rebate os dados nacionais e reafirma que os indicadores do PNRF (Plano Nacional de Redução de Filas) estão desatualizados.

As cirurgias eletivas, aquelas que podem ser agendadas e não classificam urgência e emergência, voltaram a atenção das autoridades de saúde nesta semana depois que o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) suspendeu os procedimentos na última segunda-feira (15) por crise envolvendo déficit de profissionais.

Reportagem do Jornal Midiamax revelou que no relatório nacional do Ministério da Saúde, Mato Grosso do Sul ocupa a segunda pior colocação em ranking que contabiliza a quantidade de cirurgias eletivas feitas pelos estados no período de março a outubro de 2023. Os indicadores mostram apenas os procedimentos feitos com recursos federais.

Conforme o relatório, que ainda pode ser consultado aqui, Mato Grosso do Sul realizou 622 procedimentos eletivos em 9 meses. O Estado, nesse documento, ficou com aproveitamento de 5% de cirurgias executadas. Os números são rebatidos pelo Governo do Estado, que fala em demora na atualização da plataforma.

Em nova nota encaminhada ao Jornal Midiamax na tarde desta quinta-feira (18), a SES-MS reafirmou que realizou 4.553 mil cirurgias eletivas com o recurso federal no período de junho a dezembro de 2023. O Estado, em resposta aos pedidos da reportagem, agora detalha que dos R$ 2,8 milhões repassados pelo PNRF no ano passado, R$ 2,1 milhões foram faturados. Isso significa que o Estado usou 75% dos recursos federais repassados para a redução de fila de espera para cirurgias programadas.

Entre as cirurgias, estão procedimentos das especialidades de ortopedia, cirurgia geral/aparelho digestivo, oftalmologia, vascular, ginecologia e otorrinolaringologia.

“A SES reitera que os dados dos indicadores que constam no sistema do Ministério da Saúde são referentes às produções dos meses de julho a setembro de 2023 dos procedimentos processados pelo sistema, o que ocasiona um delay da produção real de cada estado. Conforme informação do Ministério da Saúde, ainda não há previsão para a atualização dos indicadores do PNRF no sistema”, complementa o Estado em nota.

Para 2024, conforme publicação do Ministério da Saúde em dezembro, Mato Grosso do Sul receberá R$ 15,9 milhões para reduzir as filas de cirurgias eletivas.

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