Nesta quinta-feira (11), a de pagou o salário dos 3,8 mil trabalhadores, após cinco dias de atraso em relação à data legal para pagamento. Com isso, a greve dos funcionários, prevista para começar na segunda-feira (15), está suspensa.

O maior hospital de Mato Grosso do Sul afirma que o pagamento acontece após o repasse das verbas devidas pelo Poder Público à instituição. Segundo a Santa Casa, não há recursos próprios para custear a folha de pagamento de R$ 15 milhões, ficando na dependência de repasses.

Em um comunicado recente, a Santa Casa declarou não ter recebido os repasses federais, estaduais e municipais, o que a impede de cumprir com a folha de pagamento. Mensalmente o hospital recebe R$ 6,1 milhões do Ministério da Saúde, R$ 9 milhões do Governo do Estado e R$ 5,2 milhões da prefeitura de Campo Grande, somando R$ 20,5 milhões.

Ministério afirma que repasse foi feito

Enquanto o hospital aponta atrasos no repasse de recursos, o Ministério da Saúde nega, alegando que os valores já foram transferidos ao município.

Questionada sobre os repasses, a Sesau confirmou o recebimento dos recursos nesta quinta-feira (11) e afirmou que os valores devem ser pagos ao hospital até sexta-feira (12). “Estamos fazendo os trâmites necessários para proceder com o pagamento ao hospital quanto antes”, disse a pasta.

A Secretaria reiterou que os recursos oriundos do SUS (Sistema Único de Saúde) para este convênio são tripartite, ou seja, recursos da União, Estado e Município. O Governo do Estado informou, por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde), que questões burocráticas atrasaram o repasse de R$ 9 milhões, mas que o valor foi repassado ao município na quarta-feira (10).

‘Não se justifica crises internas com inverdades'

Ronaldo Costa, superintendente do Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul, refuta a falta ou atraso nos repasses e atribui o impasse a problemas internos no hospital.

“Não se pode tentar justificar crises internas com justificativas que não são verdadeiras. Não houve atrasos e o depósito mencionado pela Santa Casa foi realizado na conta da Sesau em 09 de janeiro, sem atrasos”, diz.

De acordo com representantes de sindicatos, a folha mensal da Santa Casa é de R$ 15 milhões, referente ao pagamento de 3,8 mil funcionários. Só a com 1,5 mil funcionários tem folha acima de R$ 9 milhões.

O superintendente ainda prevê que 2024 será um ano desafiador para a atenção hospitalar em Campo Grande, destacando a ameaça de de atendimentos na Santa Casa, a saída do Hospital Regional do comando municipal e a exclusão do HU-UFMS da rede de urgência e emergência.