‘Retirei cerca de 60% e o PMMA não era facial’, diz cirurgiã que atendeu vítima da ‘golpista do bocão’

Profissional diz que vítima chegou falando que estava com silicone industrial na boca, mas, ao fazer incisão, descobriu que o líquido era outro

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(Millena Guimarães/Arquivo Pessoal)

Foi necessária uma viagem de quase três mil quilômetros e mais de R$ 20 mil investidos, até o momento, para reverter o procedimento estético malsucedido, em Campo Grande, no qual mulheres fizerem um preenchimento labial com uma falsa biomédica. Uma delas, a primeira a denunciar o caso ao Jornal Midiamax, está em São Luís, capital do Maranhão, ainda em recuperação após a cirurgia.

Para entender a intervenção realizada, a reportagem conversou com a especialista em cirurgias de trauma, reconstruções faciais e também estéticas, Scarlett Sampaio. “A paciente chegou com a informação de que havia silicone industrial no rosto, porém, na hora da incisão, da intervenção para drenar o silicone, a gente verificou que se tratava de PMMA. E não era PMMA facial, porque já lidou com ele há dois anos e é mais maleável, mais fácil de retirar”, afirmou.

(Fala Povo/Jornal Midiamax)

Ainda conforme a profissional, o material injetado no rosto da vítima, a esteticista, de 26 anos, “é muito denso e semelhante a uma borracha escolar”. “Fizemos intervenções conservadoras na face, com o aparelho chamado endolaser, mas, ele demanda algumas sessões para que não haja lesão de nervos e outras estruturas importantes, para ela não ter paralisia facial. E vai passar por quantas intervenções forem necessárias”, argumentou.

Sampaio ressaltou que já foi retirado cerca de 60% do material e a boca “já está bem mais maleável”. “Nunca é possível a retirada completa do produto, mas, ela convivendo bem com o que resta e não dando nenhuma infecção e reação, dá pra conviver bem com o produto que resta”, finalizou.

Quando tudo aconteceu?

(Fala Povo/Jornal Midiamax)

No dia 13 de setembro, em Campo Grande, ao menos três mulheres tiveram sequelas após um procedimento feito em uma clínica, por uma falsa biomédica. Elas denunciaram o caso, registraram boletim de ocorrência e a polícia segue investigando o caso. A reportagem conversou com todas elas, divulgou os relatos e também entrou em contato com a “profissional”.

Confira aqui a cobertura do Jornal Midiamax sobre o caso:

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