Laudo aponta que vítima de falsa biomédica de Campo Grande teve silicone industrial colocado no rosto

Vinte dias após procedimento estético malfeito mudar totalmente a vida de mulheres, “naquela sexta-feira 13”, em Campo Grande, as sequelas ainda continuam a incomodar, além de gastos intermináveis e o desejo de Justiça.

A primeira vítima, que denunciou o crime da falsa biomédica ao Jornal Midiamax está, neste momento, retornando ao hospital, após pagar mil reais em um laudo que apontou silicone injetado na boca. Porém, o material se espalhou em todo o rosto.

O documento inicia com a indicação de “ácido hialurônico” na face, mas, realizada a avaliação, o laudo aponta que não é esta a substância, mas sim silicone ‘espalhado na boca, bochecha e em outras partes do rosto’. Além disso, fala que não é possível descartar “substância com veículo oleoso”.

Recentemente, após denúncias, a falsa profissional retirou a foto e denominação de ‘biomédica’ das suas redes sociais, além de apagar algumas postagens. Ao todo, três vítimas entraram em contato com a reportagem, relatando os mesmos sintomas e sequelas.

No entanto, já descobriram que, ao menos, cinco pessoas foram atendidas no dia 13 de setembro, quando tudo ocorreu. A reportagem ligou no celular da suspeita, a qual alegou que enviaria uma nota pelo WhatsApp, porém, não enviou e apenas solicitou que fossem colocadas “fotos mais atuais” da boca das vítimas. A Polícia Civil investiga o caso.

 Vítima desenvolveu paniculite, afirma especialista

 A radiologista, com especialização em ultrassonografia dermatológica, Beatriz Maymone,équem emitiu o laudo para a esteticista. Segundo ela, o material aplicado foi silicone industrial, o que fez a vítima desenvolver paniculite,doença que consiste na inflamação da camada de gordura que se encontra soba pele.

“Fiz um mapeamento facial nela, que é um exame para ver qual substância ela tem no rosto e qual a localização desta substância, então, fiz há dois dias e o exame mostrou que ela tem uma substância oleosa no rosto, não tem características nenhuma de ácido hialurônico. As características, por ser um material oleoso, sugerem a presença de silicone, mas, também pode ser outra substância misturada com óleo que foi aplicada. Para a certeza da substância, tem que ser feita uma biópsia”, explicou Maymone.

A especialista fala também em um “abscesso nos lábios superior e inferior”. “Foi por isso que pedi a ela que voltasse ao hospital porque tem que ser tratado. A substância que foi injetada nos lábios provavelmente migrou para as outras partes da face, então, ela tem abscesso nos lábios e processo inflamatório, infeccioso no rosto que a gente chama de paniculite”, finalizou.

Confira o depoimento das vítimas:

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