Vítimas de falsa biomédica voltam ao hospital, uma com lábio necrosando: ‘Vai ter que fazer plástica’

Duas das três vítimas da falsa biomédica, de 27 anos, que registram queixa e relataram ter feito procedimento de preenchimento labial na sexta-feira (13), em Campo Grande, retornaram ao hospital neste fim de semana, uma delas com o lábio necrosando e sem previsão de alta médica.

Nesta manhã (23), a vendedora, de 52 anos, disse que está internada na Santa Casa e que recebeu a notícia de uma médica, a qual falou da necessidade da correção do lábio. “Estou aqui, ainda sem definição. Meus lábios estão queimados e duros, meu rosto está com fibrose e é provável que terá que fazer plástica, pois, está tudo duro, inchado demais e queima”, disse.

Conforme a vítima, como o lábio “estava necrosando”, houve a necessidade de retornar ao hospital. “Meu rosto está todo duro. A médica acabou de vir aqui e disse que não há previsão de alta, enquanto eu estiver em risco”, lamentou.

A outra vítima, uma manicure de 36 anos, disse que também está internada em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e aguardando vaga para a Santa Casa. “Estou fazendo uso de antibióticos. A advogada dela [suspeita] tentou entrar em contato com a gente para fazer um acordo, só que ela não arcou com nenhuma responsabilidade até o momento”, comentou.

Conforme a manicure, mais uma pessoa apareceu dizendo ser vítima da falsa biomédica. “Ao todo, ela atendeu cinco pessoas naquele dia, acredito que usando o mesmo produto. E eu estou internada, usando antibiótico e repetindo exames. Eu não paro de tomar remédio, por conta da dor e inchaço e, com isso, não posso trabalhar. São dias e dias sem trabalhar”, argumentou.

Além dos gastos, fala do “abalo psicológico”. “É um prejuízo enorme. E quem errou foi ela e não a gente. Enquanto isso fico nesta situação, mandando mensagem para minhas clientes”, disse.

Ainda na semana anterior, a falsa biomédica, de 27 anos, retirou a denominação das suas redes sociais. Na ocasião, a reportagem entrou em contato com o CRBM (Conselho Regional de Biomedicina) seccional Campo Grande, recebendo orientações para consultar se a pessoa denunciada é realmente uma profissional do ramo. Com o nome completo e CPF, confirmou não se tratar de uma biomédica. A Polícia Civil investiga o caso.

Confira aqui o relato das vítimas ao Jornal Midiamax:

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