Um fenômeno astronômico é sempre um evento e Mato Grosso do Sul está dentro da rota ‘estelar’ desses espetáculos. Mas o próximo grande evento na segunda-feira (8) pode decepcionar a população sul-mato-grossense.

Segundo o Observatório Nacional, em média, um eclipse total do Sol acontece a cada 18 meses, mas por serem visíveis somente em uma estreita faixa sobre a Terra, parecem muito raros.

Um eclipse do Sol ocorre quando a Lua fica entre o Sol e a Terra projetando uma sombra sobre a Terra. Assim como no caso do eclipse da Lua, temos dois tipos de sombra: a umbra e a penumbra.

Se o observador está na estreita faixa da Terra atingida pela umbra, ele vai ver o eclipse como total. Se está na área atingida pela penumbra, verá como parcial.

Decepção em MS

Entretanto, apenas as pessoas residentes no hemisfério Norte serão agraciadas no dia 8 de abril, com um dos mais belos fenômenos astronômicos visíveis a olho nu – o eclipse solar total.

O principal ponto de visibilidade será os Estados Unidos, que se prepara logisticamente para o aumento do turismo nesta data, nas localidades que terão a visão mais privilegiada.

Infelizmente, na América do Sul o fenômeno não será visível. “É um eclipse que irá ocorrer no hemisfério norte, então a gente aqui só vai ouvir falar”, brinca Hamilton Correa, professor de física da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e Coordenador de Capacitação da Casa da Ciência de Campo Grande.

Entretanto, o Observatório Nacional fará a retransmissão do Eclipse Total do Sol de 8 de abril através de seu canal do YouTube, clicando aqui.

Eclipse Solar

A astrônoma do Observatório Nacional, Josina Nascimento, explica que se o plano da órbita da Lua estivesse no mesmo plano orbital da Terra, em toda Lua Nova aconteceria o eclipse do Sol e em toda Lua Cheia teria a eclipse da Lua.

“Mas, como o plano de órbita da Lua é inclinado por cerca de 5 graus em relação ao plano de órbita da Terra, a ocorrência dos eclipses é mais espaçada. O que vamos observar é que os eclipses da Lua e do Sol andam juntos, ou seja, se temos um eclipse da Lua (em uma Lua Cheia) então houve um eclipse do Sol na Lua Nova anterior ou haverá na Lua Nova seguinte. Em algumas ocasiões ocorreram 3 seguidos”, pontua Josina.

Próximo evento astronômico

O próximo eclipse solar será um do tipo anular, no dia 2 de outubro, que será visível sobre o Oceano Pacífico, Havaí, noroeste da Ilha de Páscoa, sul do Chile e Argentina e partes da Antártica, com possibilidade de ser avistado nos estados do sul do Brasil.

Entretanto, o próximo eclipse solar com boa observação em MS pode demorar a acontecer. “Vai demorar um pouquinho, o último de boa observação foi o que aconteceu ano passado, em que foi montado inclusive uma cobertura no Parque das Nações Indígenas”, lembra o professor.