Moradores do São Conrado convivem com aparições de cobras da espécie urutu-cruzeiro há anos, entretanto, a própria localidade e as ações do homem favorecem o surgimento desses perigosos répteis na área residencial.

Conforme o biólogo José Milton Longo, é preciso ressaltar que o São Conrado é cercado pelo Rio Anhanduí e um córrego, além de muita área verde. “Tem umas áreas ainda naturais que fornecem abrigo e recursos para essas populações de serpente”, explica ao Jornal Midiamax.

Segundo o profissional, a pressão da ocupação do espaço para novas moradias, desmatamento e pavimentação das ruas têm desalojado esses animais. Áreas verdes também muitas vezes são sinônimo de descarte irregular de lixo.

Esse lixo pode atrair ratos, que são alimentos para as cobras. “Pode ter alguns itens alimentares delas nas imediações e elas estão saindo para manter a vida”, afirma.

Outro ponto elencado pelo biólogo são as queimadas, que têm sido frequentes por conta do calor e tempo seco. “Os animais saem das áreas afetadas e vão procurar abrigo em locais, por exemplo, próximas a residências”, diz à reportagem.

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Cobras mortas no São Conrado (Fala Povo, Jornal Midiamax)

Cachorro apareceu com cobra na boca

Moradora há 8 anos do São Conrado, a vigilante Leni Leite, de 42 anos, conta ao Jornal Midiamax que na semana passado seu cachorro chegou com uma cobra morta na boca. “Eu já encontrei também uma urutu enrolada debaixo do tanque na lavandeira”, relata.

Ela se preocupa com as aparições por conta dos seus animais de estimação. Em outra situação, ela encontrou uma cobra embaixo da mesa. Seu gato estava mexendo no animal.

Já a moradora Cremilda mora há 15 anos na região e também já achou diversas cobras. Ela diz que estava varrendo um quintal quando encontrou um filhote de urutu perto do muro. “Eu fico preocupada porque é venenosa”, diz.

O que fazer ao avistar uma cobra?

A PMA (Polícia Militar Ambiental) salienta que Mato Grosso Sul preserva vastas áreas de mata e o aparecimento de animais silvestres é uma ocorrência comum.

  • Diante do aumento dos avistamentos de serpentes em áreas urbanas, a PMA orienta como agir ao se deparar com esses animais:
  • Ao encontrar uma serpente é crucial não subestimar o animal, independentemente de ser ou não uma espécie venenosa. O correto é sempre considerar que a serpente pode representar um risco à saúde e evitar tocá-la sob qualquer circunstância, reduzindo assim as chances de acidentes.
  • Em casos de aparecimento de serpentes em residências, é fundamental manter uma distância segura do animal e não tentar capturá-lo por conta própria. A melhor atitude a ser tomada é entrar imediatamente em contato com a Polícia Militar Ambiental ou com o órgão responsável pela proteção da fauna silvestre em sua região.