Moradores do Bairro Oliveira II estão passando poucas e boas com a terra vermelha nos portões de casa por conta das obras para a pavimentação no bairro. Os depoimentos são repletos de relatos de transtornos diários, como carros empoeirados, roupas sujas e “montanhas” de pó todo dia.

O transtorno que se arrasta há mais de um ano precede um iminente alívio para o sofrimento com o poeirão de anos. A expectativa, portanto, é pelo término da obra, que segue a passos lentos, sendo o principal alvo das reclamações, já frequentes.

Morador há 30 anos do bairro, João Alberto Curva, de 68 anos, lamenta os transtornos, mas entende a situação. “Tem seus sofrimentos? Tem, mas vale a pena”, diz à reportagem. A opinião é compartilhada com o morador Clementino Ferreira, de 77 anos.

“A gente precisa ter paciência porque vai beneficiar os moradores. Uma vizinha teve que sair, mas a casa estava com terra na frente. Ela teve que pedir um motorista e teve que ir pra uma rua distante. Mas, está tudo bem”, conta.

No começo do mês, no entanto, o tom era de desespero. A reportagem ouviu relatos de que, nos dias mais secos, os buracos e desníveis das pistas ‘pegam’ os veículos de jeito. “Os carros vivem no mecânico”, contou uma moradora. A poeira também impera na região, o que leva a diversos problemas respiratórios, que vão de alergias à bronquite.

As obras iniciaram em setembro de 2022, com prazo de 270 dias corridos para serem finalizadas. Com isso, o término deveria ocorrer em junho de 2023. Um aditivo foi firmado, com prazo para abril de 2024. Mesmo assim, a obra ainda se arrasta.

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Monte de terra no Oliveira (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

Fechou um sushi delivery

A moradora Denise Segovia, de 32 anos, mora no local há pouco menos de um ano e mantém um delivery de sushi na residência. “Estou há três dias sem conseguir atender. Os entregadores não conseguem chegar aqui”, relata.

Ela diz que parou de atender até passar o transtorno das obras. Entretanto, mesmo com o prejuízo, diz que a mudança é bem-vinda. “Estou feliz por conta do asfalto. Aqui na entrada tinha uma cratera que eu já furei o pneu do carro na hora de sair”, conta à reportagem.

Aparecida Paulo Ferreira, de 40 anos, também é outra que enfrenta problemas para sair de casa, mas aguarda ansiosamente o asfalto. “Está complicado sim pela entrada e saída de veículos, mas só de saber que isso é pelo asfalto eu fico animada; fico feliz”, comemora.

O que diz a Sisep?

  • “A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos ressalta que, infelizmente, em obras de drenagem ocorrem alguns transtornos por conta da necessidade de abertura de valas para a colocação dos tubos, pela complexidade da obra, não havendo outro modo de acessar o local para a intervenção. Porém, a Sisep orienta as empresas que haja uma organização a fim de que executem esse tipo de obra de modo que no final da tarde sejam desobstruídas as entradas das garagens. A Secretaria também exige que as empreiteiras cumpram com as regras de segurança no trabalho e forneçam os equipamentos de segurança aos seus funcionários.”
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Monte de terra no Oliveira (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)