O combate aos incêndios na divisa entre Mato Grosso do Sul e a Bolívia completa quatro dias nesta segunda-feira (29). Uma linha de fogo próximo à Serra do Amolar, em Corumbá, se propaga desde sexta-feira (26).

Segundo o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), apesar da força-tarefa, não foi possível evitar o avanço do fogo com combate terrestre, sendo assim, as chamas seguem queimando na noite de domingo (28).

O incêndio ganhou proporção para o lado brasileiro, onde há morraria ainda no domingo. Uma linha do fogo foi controlada, mas outra aumentou por conta dos ventos.

Os ventos chegaram a 16 km/h por volta das 14h e, nessas condições, favoreceram a progressão das chamas no sentido Norte-Sul, entre Bolívia e Corumbá.

“Aceiros e linhas de proteção feitos em junho e julho pelos brigadistas da Brigada Alto Pantanal evitaram que o fogo queimasse equipamentos e sistemas de monitoramento e comunicação na região por onde o fogo passou, em morraria. Essa medida de prevenção garantiu que mesmo com o avanço do fogo perto de torre do sistema Pantera, os equipamentos não queimaram e seguem em funcionamento”, descreve o instituto.

Cenário desolador

Além do Corpo de Bombeiros, IHP e Prevfogo/Ibama, funcionários de fazenda próxima estão também na região ajudando a combater as chamas por via terrestre e atuaram durante todo o final de semana e seguem mobilizados.

O Lasa/UFRJ (Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro) havia identificado que o risco de incêndio no domingo era extremo, o que representa em dificuldade alta para combate. O Pantanal, desde janeiro, já queimou em quase 900 mil hectares, ou 6% do território.

Mais de 607 mil hectares devastados

Informativo do Monitoramento de Incêndios Florestais em Mato Grosso do Sul, indica que, neste ano, houve um aumento de 2.397,8% no bioma do Pantanal em relação ao ano de 2023. A área queimada é de quase 607 mil hectares. Os dados atualizados foram divulgados na quinta-feira (25).

No Pantanal, o perigo de fogo encontra-se entre o risco “muito alto” a “extremo” e os dias entre 26 e 28 de julho poderiam ser os mais críticos.

Os municípios de Corumbá (86,9%), Porto Murtinho (6,7%) e Aquidauana (4,9%) concentram juntos 98,5% dos focos de calor no Pantanal de MS, conforme os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).