Incêndio em grandes proporções na Bolívia se aproxima da Serra do Amolar

Uma linha de fogo está a 60 quilômetros da Serra do Amolar, em Corumbá

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Fumaça já prejudica ribeirinhos (Divulgação, IHP)

O IHP (Instituto Homem Pantaneiro) divulgou neste sábado (7) um novo alerta para as queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Uma linha de fogo de mais de 60 km vem da Bolívia em direção à Serra do Amolar, em Corumbá, a 417 quilômetros de Campo Grande.

As condições climáticas da seca, a baixa umidade relativa do ar e as rajadas de vento favorecem a propagação do fogo pela mata. O grande incêndio também ameaça o Território Indígena Guató, em Mato Grosso do Sul.

No território boliviano, o fogo já afetou uma área de 1 milhão de hectares no Parque Nacional San Matías ao longo de uma semana. Condições climáticas extremas intensificam esse perigo.

“Estamos enfrentando um risco de fogo oriundo da Bolívia. Essas ações fundamentais de articulação diplomática, juntamente com os dois governos, são uma necessidade. A região de San Matías abrange milhões de hectares e, hoje, esse fogo da Bolívia ameaça não só comunidades indígenas e fazendas, como também as ribeirinhas, que já estão sendo afetadas pela fumaça. Precisamos de toda a mobilização necessária, ultrapassando os interesses transfronteiriços em função do interesse comum, que é a proteção desse bioma e da natureza”, descreve o presidente do IHP, Ângelo Rabelo.

Fumaça cobre MS

Campo Grande enfrenta mais um dia coberta de fumaça de incêndios e com qualidade do ar em nível considerado “ruim”, conforme o Qualiar, o monitoramento da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Neste sábado (7), a intensidade da fumaça permanece escondendo o céu.

As imagens de satélite do Zoom Earth indicam que o corredor de fumaça é transportado da região da Amazônia, chegando a invadir a Bolívia, Paraguai, além de se misturar com as queimadas do Pantanal. Este cenário se prolonga há quatro dias.

Sem trégua

A atualização do informativo do Monitoramento de Incêndios Florestais, do Corpo de Bombeiros e do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), divulgada nesta sexta-feira (6), indica que a área queimada no Pantanal chega a 1.979.300 hectares, o que corresponde a 4.615,4% a mais do que os danos no ano passado.

Os dados de comparação do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que houve um aumento da área queimada em todos os biomas do Estado, sendo 26,7% no Cerrado e 208,7% na Mata Atlântica.

Quatro municípios concentram o maior número de áreas queimadas, sendo Corumbá (65,0%), Aquidauana (16,9%), Porto Murtinho (9,4%) e Miranda (8,0%).

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